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A manhã que me
aquece
a solidão úmida
desaparece
somos agora filhos
do mesmo prazer
somos elos da mesma
corrente
perdemos o que nunca
conquistamos
morremos sem a
experiência da vida
fomos enterremos
sem o corpo
uma mesa que vira
uma fúria calculada
um intenso além do
breve
insatisfação além da
greve
soldados marchando
na escuridão
os lumes dos tiros
que me atravessam o pulmão
não sinto nada
em minha absurda
indiferença
não sinto nada
não sinto seu corpo
não sinto paixão
não tenho dúvidas
não tenho ambição
não vejo sentido
quando vago na
contramão
não vejo o vazio
quando fazem meu
corpo ungido
quero morrer
quero seu corpo
derreter
com o ódio que
tempera meus desejos
quero ver seu corpo
na terra
devorado pelos
vermes amigos
quero ver seu
sofrimento
quero ver sua
corrupção
moral, sentimental,
social
quero ver seu fim,
sua inglória
construir de seus
ossos
o meu templo de
salvação
o meu palácio, meu
Taj Mahal
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