Eu
não inventei o padrão. Muito menos me encaixo nele ou ali encontro as respostas
de que preciso. Então qual a razão dos padrões e das regras tão rígidas? Quem
sai ganhando com isso? Eu fico, mesmo, com a impressão de que o padrão foi criado
para dar vantagem a quem o criou, agindo à margem dele em benefício próprio.
Nesse caso, nossos deputados e senadores já exemplificam tudo isso, porque eles
legislam e lucram fortunas subvertendo o que eles próprios estabeleceram.
Parece contraditório, e é. Muitas vezes, quem inventa a regra ou quem a defende
com tamanho afinco é justamente quem tem algo a ganhar para além dela. Não
estou dizendo que as normas e padrões devam ser lançados às favas, entornando
em todos nós uma atmosfera de anarquia e caos. Não é assim que funciona.
Precisamos de referências e de parâmetros. Mas a questão é: quais referências e
quais parâmetros? E quem as decide? Não questionamos a existência as regra e sim
quais delas devem realmente ser estabelecidas. Em um mundo onde se vive uma
inversão brutal de valores, é necessário interpelar a intenção e os interesses
de quem delimita o que é lei e o que não é. É preciso enxergar que a regra não
deve favorecer A ou B e sim beneficiar toda a sociedade. Agora, com isso em
mente, se pergunte com verdade nos olhos: são todas as leis que realmente
beneficiam a todos? Se a resposta for não, então reflita sobre o seguimento
fiel a elas e depois, se for caso, batalhe para mudá-las. Decisões erradas e
fortuitas não podem, para sempre, prejudicar a maioria de nós. Vamos à luta e
vamos em frente.
Esse blog é uma gota de meu sangue, um plasma de meus sentimentos. Poesia, humor, política, dor, frustrações. É um espaço onde sou o que deveria ser ou o que nunca fui. É um lugar onde sou um personagem e uma entidade em vida. Sou um rio e também as pedras. A angústia perdida ou um sorriso espontâneo. Sou eu em múltiplas formas ou em forma alguma.
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sexta-feira, 28 de setembro de 2018
A grande mágica
Amor vende-se em
dose? Então quero mais, quero até a última dose, overdose. Amor vende-se em
caixas ou pílulas? Que bom seria ter a cura de todos os males comprimida em
cápsula. Que bom seria desembalar o sentimento, tirá-lo da caixa, vivê-lo por
completo. Eu bem que gostaria de vender amor, ser o mercador do bem, o dono do
armazém de esperanças. Mas não sou nem posso ser. Não vendo sentimentos nem
pessoas, mas posso exportar otimismo, fazer crer que a vida é um poço sem
abismo. Posso servir uma dose de amor? Não, não rola, mas posso convidar você a
se abrir com entusiasmo para o dia, a deixar rolar os sentimentos, os abraços
e, assim como quem não quer nada, esbarrar naquilo que pode ser a grande mágica
que não se acha nas caixas nem nas cápsulas.
quinta-feira, 27 de setembro de 2018
Obstinação
É para ter
coragem, garra e atino
Viver não é
descer para o playground
E sim encarar
cada desafio, cada descaminho
As coisas
quase nunca serão fáceis ou suaves
Aprender,
crescer e empreender requer obstáculos
Somos como
pipa que as crianças soltam pelos ares
Subimos nunca
a favor, mas sempre contra o vento
E não venha
reclamar, inventar contratempo
Desculpas
foram criadas pelos preguiçosos e ociosos
Quem é de
fazer, pega, faz e esquece o que foi empecilho
Eu sei, à
vezes complica, às vezes sufoca
A vida é
assim: um tanto misteriosa, um tanto provocativa
A resposta
nossa é que precisa ser firme e consistente
Diga sempre
sim ao desenvolvimento e ao trabalho
Diga sempre
sim quando o impossível for uma certeza
Quando
chegamos ao alto da montanha, já ofegantes
É que olhamos
para baixo e entendemos
A subida não
era assim tão irresistível
Nosso medo é
que impôs a maior dificuldade
E nossa
obstinação é que transformou a conquista em realidade
quarta-feira, 26 de setembro de 2018
Meu infinito
Beijo meu, beijo seu
Uma união de lábios sedosos
Que sela nossos destinos libidinosos
Quando sua boca encontra meu corpo
Quando minha língua percorre seu escopo
Eu me sinto livre, eu me sinto solto
Solto para amar e voar
Solto para existir e participar
Desse nosso jogo misterioso
Dessa nossa fantasia colorida
Estar em seus braços é meu melhor lado
Que dele eu nunca mais me liberte
Que desse enlace se crie o eu equilibrado
Onde tanto me multiplico e me divido
Para, enfim, ter você como infinito
quarta-feira, 19 de setembro de 2018
Palavras
As
palavras são companheiras aladas
Criaturas
cósmicas que nos visitam o pensamento
De
tempo em tempo, a todo o momento
Palavras
são sentimentos engasgados em letras
São
símbolos que carregam muito mais do que significado
Palavras
são melodia, metáfora, sinergia
São
duendes que nos traem em nossa tirania
Mas
que também nos salvam em noites de agonia
Palavras
são mágicas, são confetes, são contagiantes
Se
você saca da alma uma palavra de bem e de edificação
Todos
ao seu lado estarão em harmonia, trabalhando
Mas
se você pega uma que não seja de benevolência
Aí
verá o ambiente ser tomado pela pesada e sonora turbulência
Então
não esqueça: palavras não são armas, não são facas
Elas
só ferem quem lhes dá pleno ouvido
E
só são letais nas mãos de quem ainda nem sabe soletrar
quinta-feira, 13 de setembro de 2018
Triste sinfonia
Questiono
à triste e ingrata sinfonia
Que
é viver exilado de seus abraços e afagos
Como
faço para merecer seu sobreaviso?
Para
ter de você mais do que um olhar lascivo e perdido?
Estou
certo de que a solidão me ronda
Como
besta-fera a rosnar e perseguir
Quem
dela não se afasta quase de imediato
Mas
meus sentimentos me tornam perigosamente tolo
Me
dotam de uma coragem antes não existida
E
fico aqui, encarando o perigo e procurando seu abrigo
Tudo
em vão, você me sorri e se vai furtivamente
Entre
outros braços, mergulhada em outro sorriso
A
melancolia me abate e me destrona
E
agora só me resta soluçar como criança contrariada
E
me guardar na esperança de que um novo coração
Estará
em meu desatinado destino, como se fosse chão
quarta-feira, 12 de setembro de 2018
Como se fosse fim
Minha paz é você, seu sorriso
Entre tantas belezas, meu colírio
Uma criação linda e divina
Que tenha para chamar de minha
Posso ser ambicioso por querer você
Mas qual homem também não quereria?
Qual homem seria capaz de lhe largar a mercê?
Se eu não fizesse algo, eu não mereceria
Ter seus olhos juntos aos meus
E sua respiração me encarando, como se fosse um
adeus
Se fosse para ser mais um, mais uma noite esquecida
Eu asseguro que não mais me importaria
Mas me importo porque você é luz para quem está de
guarida
Você é sossego para quem de amor, para quem vê
desespero
Eu tenho a serenidade de olhar e sentir você em
mim
E a certeza de que entre todas as coisas do mundo
inteiro
Você é aquela que me traduz melhor, como se fosse
um fim
Alento
Às
vezes, quando o pensamento soma,
O
ato se assombra e deixa de existir
Por
isso, pense bem, mas não tanto
O
quanto se pensa não se sustenta
Na
necessidade do mundo real
Seja
racional, mas também seja ágil
Afinal
de contas, você é mesmo humano?
Ou
só mais um entre tantos?
Você
é mesmo feito de carbono?
Ou
só mesmo mais um mero engano?
A
resposta será seu juízo final
Porque
das ações nascem o imperal
Daquilo
que vivemos e sofremos
E
sofremos porque ou agimos rápido
Quase
um baleio desavisado, a esmo
Ou
retardamos tanto e por tanto tempo
O
que nos deriva à felicidade de um alento
terça-feira, 4 de setembro de 2018
Indigna nação
O descaso acabou com a História
Não foi o fogo quem destruiu o museu
Mas sim a incompetência e a desonra
De quem golpeou o país em troca de nada
Agora só resta lamentar, soluçar
Por tudo que se foi, por tudo que ficou
para trás
Como respeitar um país que não respeita
a si mesmo?
Como respeitar o juízo tão penoso com
alguns?
E tão leviano com outros, entre eles
misóginos e bandidos assumidos?
O museu destruído, devastado, reduzido a
pó
Nada mais é do que uma triste e irônica
metáfora
Dos tempos que vivemos hoje, do país que
habitamos
Onde regras valem só para um lado
Onde o ódio e a intransigência
Tomam conta das instituições e das
agências
E eles, com os rostos impávidos e
lívidos,
Ainda acreditam mesmo que não tem nada
com isso
Que é só uma mera e singela coincidência
Um país que se vende aos interesses de
poucos
Sempre acaba assim, desse jeito
Com sua história entre escombros e
cinzas
Com trajetória rompida por bastardos
inglórios
É para revoltar a qualquer um, é
indignação
Ter de aturar essa gente no comando
Nos transformando em indigna nação.
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