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terça-feira, 4 de setembro de 2018

Indigna nação


O descaso acabou com a História
Não foi o fogo quem destruiu o museu
Mas sim a incompetência e a desonra
De quem golpeou o país em troca de nada
Agora só resta lamentar, soluçar
Por tudo que se foi, por tudo que ficou para trás
Como respeitar um país que não respeita a si mesmo?
Como respeitar o juízo tão penoso com alguns?
E tão leviano com outros, entre eles misóginos e bandidos assumidos?
O museu destruído, devastado, reduzido a pó
Nada mais é do que uma triste e irônica metáfora
Dos tempos que vivemos hoje, do país que habitamos
Onde regras valem só para um lado
Onde o ódio e a intransigência
Tomam conta das instituições e das agências
E eles, com os rostos impávidos e lívidos,
Ainda acreditam mesmo que não tem nada com isso
Que é só uma mera e singela coincidência
Um país que se vende aos interesses de poucos
Sempre acaba assim, desse jeito
Com sua história entre escombros e cinzas
Com trajetória rompida por bastardos inglórios
É para revoltar a qualquer um, é indignação
Ter de aturar essa gente no comando
Nos transformando em indigna nação.

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