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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Do que nos lembraremos amanhã?


Acabei de ler “Eu me lembro”.  A obra é editada por Ivanir Yazbeck e tem projeto gráfico assinado pelo meu amigo Márcio “Profeta” Martins. Trata-se de uma coletânea de parágrafos que remontam a história de Juiz de Fora.  Sempre iniciados por “Eu me lembro”, os parágrafos trazem nostálgicos registros que marcaram importantes momentos de nossa cidade. Os autores, homens que viveram épocas gloriosas da “Princesa de Minas”, provocam em nós, juiz-foranos mais jovens, saudades de tempos que não vivemos, saudades de um tempo em que Juiz de Fora era muito mais interessante, sedutora.
Hoje, olhando para nossa cidade, enxergamos um cenário de profunda estagnação econômica, um cenário de esvaziamento em todos os sentidos. Tendo em vista esse soturno painel, “Eu me lembro” torna-se uma valiosa experiência, resgata a sensação de que podemos ser melhores, porque verdadeiramente já o fomos.  
Portanto, é hora de acreditar em um novo destino para JF. É hora de buscar inspiração em nosso passado para construir nosso futuro. É hora de acabar de vez com essa nefasta política do “café com leite” que impera em nosso sistema político. Chega das mesmas caras e dos mesmos discursos de sempre. É hora de unir o passado e o futuro através do presente, através do que podemos fazer para conceber uma nova JF (não essa imaginária que serve apenas de mote para a atual administração municipal) com a graça e a vanguarda que foram marca registrada da velha JF.
Amanhã, do que as novas gerações se lembrarão? Como elas completarão o parágrafo iniciado por “Eu me lembro”? A resposta depende do que começarmos a fazer hoje, agora, nesse exato momento.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Proibição e oportunismo


             Estou impressionado com essa onda de proibições. Começou, em plano nacional, com as leis Seca e Antifumo e agora segue, em Juiz de Fora, para festas com bebida liberada. (Para entender, acesse o link). Amanhã do que será que seremos privados?
Eu, a princípio, também não gosto dessas festas com bebida liberada, não gosto de cigarro e acho uma temeridade dirigir bêbado. Mas entre não gostar e proibir existe uma distância continental. E, o que acho pior, no caso da Lei Seca, o cidadão ser obrigado a produzir provas contra si mesmo ou a presumir culpa sem chance de recorrer tendo seus direitos intocados.
É simplesmente absurdo. No entanto, posso muito também apontar para os fatores que estão adubando esse terreno fétido de proibições e censuras. Primeiramente, facilitam o trabalho desses políticos espertos e oportunistas a falta de atitude e a alienação de nossa juventude. Se as entidades estudantis não moveram uma palha em relação ao um assassinato de um adolescente ocorrido no interior de uma escola em Juiz de Fora, não é de se esperar que se mobilizem contra mais um caso de censura explícita ao livre arbítrio. Em segundo lugar, vem o fato de que é muito mais fácil proibir do que educar. Proibindo, esses legisladores de meia tigela batem no peito para dizer que cumpriram sua missão. Mas a missão do legislador não é criar proibições que são esquecidas e burladas após meia dúzia de meses. A função deles é criar mecanismos que esclareçam e eduquem as pessoas para os perigos representados pelo fumo, pelo consumo excessivo de álcool ou pelo simples consumo de drogas ilegais. Também é pela educação que se convence os bêbados a irem de táxi até o boteco mais próximo.
Portanto, debaixo de tanta caretice e de tanta proibição, não restará medida prática alguma, a não ser o desrespeito às regras que nasceram para serem mesmo desrespeitadas. Querem mudar alguma coisa de verdade? Invistam, então, em educação e em modelos de democratização da informação. Isso sim traz mudanças efetivas de atitudes. O resto é oportunismo de políticos já de olho no próximo pleito eleitoral.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Centésimo post

Escrever o centésimo post do meu blog deveria ser como escrever um texto qualquer. Mas não é. Chegar ao centésimo post de um blog requer alguns atributos que não são universais. Escrever 100 vezes em um mesmo espaço significa que eu me importo com quem lê meus textos, ainda que eu seja meu único leitor. Escrever 100 vezes significa que eu escolhi as palavras como minhas armas nessa infinita e árdua batalha que travo com o mundo presente. Significa que eu amo escrever, que eu amo ser lido, que eu amo os meus próprios textos.
Meu centésimo post pode até mesmo ser considerado uma declaração de amor para mim mesmo. Um reflexivo exercício de admiração. É como olhar para o espelho e indagar: "Espelho, espelho meu, existe alguém mais belo do que eu?".
As palavras são menos mentirosas do que as imagens. Assim, em breve, diriam: "Existem outros homens mais belos do que você e existem centenas de blogs mais inspirados do que o seu". Restar-me-ia sentar à calçada e chorar lágrimas torrenciais. No entanto, as mesmas palavras provocariam: "Existem atitudes mais nobres do que sentar à calçada para chorar". E eu saberia que deveria insistir em meu triste, insano e ingrato ofício de escrever tantas palavras para tão poucos olhos.
A vaidade das palavras talvez seja até maior do que a minha. Por isso, estabelecemos esse uníssono pacto de alimentarmos um espaço estéril com letras e ideias, com aventuras e sabores.
Mesmo que não haja reconhecimento ou aplausos, seguiremos em frente, rumo ao ducentésimo post, pois, tal qual o sol, deveremos presentear as vistas alheias com belo espetáculo de luzes ao amanhecer, ainda que a maior parte da plateia permaneça no mais silencial repouso.

sábado, 9 de abril de 2011

Holocausto


Não há palavras para explicar ou justificar o que houve. Balas cruzando o horizonte e massacrando corpos e corações infantis é apocalíptico. É de queimar as vísceras e de explodir toda fúria que nós brasileiros carregamos em um peito magoado por tanta injustiça e indiferença.
Haverá vozes a defender o fascínora atirador. Haverá vozes a torná-lo vítima de um sistema cruel e violento. Mas estamos todos inseridos no sistema e isso não nos dá o direito de subtrair vidas, sejam elas inocentes ou culpadas. Esse sentimento turvo que nos invade sibilante é amargo e ácido. É o pai das más ideias e das atitudes incautas.
É um dia em que o ateísmo sai vitorioso porque nossa fé arde na alma, porém nem tal ardor explica como doces e incapazes criaturas podem ser vítimas de tamanha brutalidade. Por um dia, em alguns vagos segundos, nosso cosmo mira o infinito, questionando onde está o Pai, porque Ele abandonou aquelas crianças, porque ele deixou o Mal triunfar. É uma sensação que só mesmo o papa Bento XVI pode explicar, ele, que também por segundos, desabou de sua cândida teologia ao tomar conhecimento dos horrores do Holocausto.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Sonho de verão


Entre as mais doces criaturas,
Você me encantou
Por ser simples e feliz
Por ser única e autêntica
E sendo assim me conquistou
De todas as formas que alguém
Pode ser conquistado
Magia, alquimia, feitiço
Não me importa o nome
Importa apenas que você
Tem de mim os mais nobres sentimentos
Resgata o melhor de meus atos
E faz que eu repense sempre
Minha vida e meus pecados
Planejo nossos dias vindouros
E faço do presente uma dádiva
Por desfrutá-lo em seus braços
Doce e divina personagem
Uma pessoa tão singular
Que as palavras não descrevem
A graça e o brilho dela emanados
Escrevo essa poesia honesta
Com seu sorriso onipresente
Em minha mediterrânea razão
Em meus sonhos de verão
Que perduram todo o ano
Sobrevivendo às estações
E às tempestades dessa vida
Que nos maltrata agora
Para nos brindar logo adiante
Uma vida que é feliz
Por tê-la sempre ao meu lado
E em meus desejos cruciais


Esse poema é uma singela homenagem a uma pessoa que torna meus dias mais radiantes e significativos. Uma pessoa que me faz acreditar no ideal de felicidade como algo simples e acessível. Fê, amo você. Obrigado por ser sempre tão encantadora, compreensiva e presente.