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quarta-feira, 13 de abril de 2011

Centésimo post

Escrever o centésimo post do meu blog deveria ser como escrever um texto qualquer. Mas não é. Chegar ao centésimo post de um blog requer alguns atributos que não são universais. Escrever 100 vezes em um mesmo espaço significa que eu me importo com quem lê meus textos, ainda que eu seja meu único leitor. Escrever 100 vezes significa que eu escolhi as palavras como minhas armas nessa infinita e árdua batalha que travo com o mundo presente. Significa que eu amo escrever, que eu amo ser lido, que eu amo os meus próprios textos.
Meu centésimo post pode até mesmo ser considerado uma declaração de amor para mim mesmo. Um reflexivo exercício de admiração. É como olhar para o espelho e indagar: "Espelho, espelho meu, existe alguém mais belo do que eu?".
As palavras são menos mentirosas do que as imagens. Assim, em breve, diriam: "Existem outros homens mais belos do que você e existem centenas de blogs mais inspirados do que o seu". Restar-me-ia sentar à calçada e chorar lágrimas torrenciais. No entanto, as mesmas palavras provocariam: "Existem atitudes mais nobres do que sentar à calçada para chorar". E eu saberia que deveria insistir em meu triste, insano e ingrato ofício de escrever tantas palavras para tão poucos olhos.
A vaidade das palavras talvez seja até maior do que a minha. Por isso, estabelecemos esse uníssono pacto de alimentarmos um espaço estéril com letras e ideias, com aventuras e sabores.
Mesmo que não haja reconhecimento ou aplausos, seguiremos em frente, rumo ao ducentésimo post, pois, tal qual o sol, deveremos presentear as vistas alheias com belo espetáculo de luzes ao amanhecer, ainda que a maior parte da plateia permaneça no mais silencial repouso.

2 comentários:

  1. Vida longa às tuas letras, amigo!
    Abração!
    Eduardo Antunes

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  2. Sou fã das suas palavras! Parabéns pelo 100º!

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