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quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Labirinto



Feliz pra caralho...

Intenso pra caralho...

Bem resolvido pra caralho...

Claro, isso não significa

Que tudo mudou, 

Que os problemas sumiram

É justamente o contrário

Tudo se tornou ainda maior

Ainda mais complexo

Ainda mais desafiador

O lance, na verdade

É que as misérias

E as maldades

Me fortaleceram

Me nutriram

Me deixaram mais forte

Um pouco mais fodão

Então, bora pra luta

Quem vive na pandemia

E quem sobrevivie a esse (des)governo

Já ganhou a luta contra a seleção natural

Darwin deve estar perplexo

Porque se antes éramos fracos

Agora somos o pináculo da espécie

Claro que alguns estão mais acima do que outros

Mas, no fim, o que aprendemos

É que, nessa merda toda

Só temos uma escolha

A de sermos forte

E de seguirmos o Conhecimento

Todo o resto é apenas... resto

Então, bora vacinar, usar máscara

E sacar que 2022 continua igual a 2021

Ou seja, quem se cuida segue em frente

E quem se descuida vai ao acaso

Do grande labirinto biológico

Ao qual nós vacilantemente nos prendemos

domingo, 10 de outubro de 2021

Matriz

 


Esse lugar é aquele

Em que tudo começou

Foi onde o Péricles versou

Onde o poeta se declarou

Para seus amores e detratores

Foi onde o Padre fundador

Com o Inconfidente-mor se encontrou

Foi onde a história de Minas se transformou

Onde Aleijadinho deixou um grande primor

Foi onde Lola declarou em vida regrada

Seu profundo Amor pelo Sagrado Coração

O coração de Jesus Cristo, nosso salvador

Lugar de orações e de recordações

Lugar de amar e também de dedicar

A terra sagrada que revelou a raiz

Que se fez da Zona da Mata matriz

Enfim, a terra antes dos índios

E agora de todos nós

A terra que faz de nossas Minas Gerais

Um lugar muito melhor e mais feliz

Um lugar onde todos se encontram

E se identificam com seu genuíno verniz

Fuga

 


Te amar foi meu pior erro

E, ao mesmo tempo, meu maior acerto

Você foi meu sol, minha lua

Meu dia de praia, e também a penumbra

Você foi a felicidade certa

Meu sentimento em linha reta

Mas eu perdi tudo, estou de luto

Eu queria lutar, mas não sei como

Os dias passam e eu te perco

Mas também perco tudo o que me definia

Meus amigos, meus princípios

Meu trabalho, meus indícios

De mim só sei que sobrou a tristeza

E também a coragem pra recomeçar

Pra dar minha cara a tapa

Pra encarar todos de novo nos olhos

Sem medo, sem pedir piedade

Com a convicção total e plena

De que valho mais do que meus desvios

De que ainda conheço o bom caminho

E, assim, por todos aqueles

Que em mim acreditam

Vou roendo ossos, roendo espinhos

Porque eu muito sei e acredito

Que minha história, meu destino

Ainda terão o desfecho merecido

Onde eu me recupero

E a felicidade fugida

Eu espero poder, enfim, encontrar


quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Atrever a treva

 


Aquela Luz que brilha e seduz

A Luz que traz a inspiração divina

Que evoca Jah e também Jesus Cristo

A luz que é carne e também espírito

Liberdade e consciência

Só assim vamos viver além da aparência

Precisamos de uma nova tendência

De uma nova experiência

Precisamos ser luz

Mas também fazer jus

Ao que traz esperança

E reflexão

Somos a verve e a voz de uma nova era

Temos imensa coragem

Por sermos diferentes

Por sermos inéditos

Um novo filme se inicia

Acomodem-se nas poltronas

E apreciem esse espetáculo único

Não é todo dia

Que a luz se atreve a enfrentar a treva

Marcha da Vitória

 


Sentimos tanto medo desses dias obscuros que nos esquecemos de sermos felizes. Ficamos tão preocupados em sobreviver que ocultamos que tínhamos uma vida com amores. Agora que a escuridão se afasta, ainda que aos poucos, devemos nos atentar para o fato de que muito ficou para trás. Amigos, família, projetos, estudos e empreendimentos que foram tão negligenciados. Agora não mais. Mesmo que com precaução, devemos retomar o que tínhamos em mente e em coração. Devemos tirar do lápis e colocar no aplicativo tudo o que tínhamos preparado. Deixar nossos sonhos para trás é como declarar na tribuna que a pandemia venceu. E ela não pode vencer, ela não pode sufocar nossos sonhos nem retardar o amanhã. Desistir do que preparamos não é só escrever que o mal venceu, é também cuspir no esquife daqueles que se sacrificaram para que, nós, como humanidade, pudéssemos continuar. Então, não pisque, não hesite; apenas faça, se não devemos isso a nós mesmos, ao menos, devemos por aqueles que ficaram pelo caminho e nos revelaram a marcha da Vitória.

Tatuagem


Nossa relação foi intensa, vívida, visceral

Marcou não só a pele, mas também o lado espiritual

Foram anos respirando seu corpo e seus hábitos

Foi como fundir o ferro com os grãos áridos

Foi como respirar por baixo das águas

Foi como sobreviver por entre as bombas e pólvoras

Mas cá estamos, sãos e salvos

Levando nossas vidas, subvertendo o caos

Mas o verdadeiro caos não desapareceu

Ele ainda respira, em nossos peitos habita

Mas que mal há nisso?

Somos assim, produtos de nossas escolhas

Filhos de nossas próprias misérias

E, seja como for, entre dores e infinitos

Sempre carregaremos as mágoas mútuas

Como feridas de guerra

Como tatuagens de um passado não tão resolvido

Porque passaremos ainda pelas vidas um do outro

Seremos filtrados e coados como fruto indesejado

Mas, nem mesmo assim, seremos esquecidos

Porque tatuagens não podem ser totalmente apagadas

E amores verdadeiros também não podem ser ignorados

O que podemos conseguir é a convivência

Com nossas feridas e demônios mais profundos

Não é fácil, mas é possível

A receita é seguir em frente e largar o ódio

É não ter obsessão e impulsos de vingança

Quando nós esquecemos é que nos libertamos

Podendo, assim, marchar para um novo caminho

Um novo Destino em que poderemos novamente amar

Mas sem esquecer que os amores antigos

Ainda estarão ali como lembrança, como tatuagem

Mas nunca como a sentença que definirá a sombra do porvir 

terça-feira, 20 de abril de 2021

Devaneio e Destino


Por onde você caminha, peregrina?

Por que me deixa assim tão solto, tão só?

Eu só queria que “apesar dos pesares”

Se corpo ainda pesasse sobre o meu

Que “apesar dos pesares”

Seu rosto ainda se confundisse com o meu

Só que não, não podemos mais viver assim

Agora nos resta a condenação do vazio

Onde ficamos sozinhos, sombrios

Mesmo sob o mais belo luar

Mesmo sob a mais linda cachoeira

Ainda somos nós mesmos

Só não sabemos mais quem só somos

Átomos dos hiatos

Primos das primazias

Infernos do mais celestial devaneio

Então, por que você ainda não veio?

Do que você tem tanto medo?

De errar de novo ou de descobrir

Que, no fim, nunca foi engano ou tropeço

A alheia vilania nada mais é

Do que os próprios passos certeiros

Que seus pés desenharam na manhã da terra

Conformando o que é e sempre será

Seu inevitável e poético Destino