Não há palavras para explicar ou justificar o que houve. Balas cruzando o horizonte e massacrando corpos e corações infantis é apocalíptico. É de queimar as vísceras e de explodir toda fúria que nós brasileiros carregamos em um peito magoado por tanta injustiça e indiferença.
Haverá vozes a defender o fascínora atirador. Haverá vozes a torná-lo vítima de um sistema cruel e violento. Mas estamos todos inseridos no sistema e isso não nos dá o direito de subtrair vidas, sejam elas inocentes ou culpadas. Esse sentimento turvo que nos invade sibilante é amargo e ácido. É o pai das más ideias e das atitudes incautas.
É um dia em que o ateísmo sai vitorioso porque nossa fé arde na alma, porém nem tal ardor explica como doces e incapazes criaturas podem ser vítimas de tamanha brutalidade. Por um dia, em alguns vagos segundos, nosso cosmo mira o infinito, questionando onde está o Pai, porque Ele abandonou aquelas crianças, porque ele deixou o Mal triunfar. É uma sensação que só mesmo o papa Bento XVI pode explicar, ele, que também por segundos, desabou de sua cândida teologia ao tomar conhecimento dos horrores do Holocausto.
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