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terça-feira, 19 de abril de 2011

Proibição e oportunismo


             Estou impressionado com essa onda de proibições. Começou, em plano nacional, com as leis Seca e Antifumo e agora segue, em Juiz de Fora, para festas com bebida liberada. (Para entender, acesse o link). Amanhã do que será que seremos privados?
Eu, a princípio, também não gosto dessas festas com bebida liberada, não gosto de cigarro e acho uma temeridade dirigir bêbado. Mas entre não gostar e proibir existe uma distância continental. E, o que acho pior, no caso da Lei Seca, o cidadão ser obrigado a produzir provas contra si mesmo ou a presumir culpa sem chance de recorrer tendo seus direitos intocados.
É simplesmente absurdo. No entanto, posso muito também apontar para os fatores que estão adubando esse terreno fétido de proibições e censuras. Primeiramente, facilitam o trabalho desses políticos espertos e oportunistas a falta de atitude e a alienação de nossa juventude. Se as entidades estudantis não moveram uma palha em relação ao um assassinato de um adolescente ocorrido no interior de uma escola em Juiz de Fora, não é de se esperar que se mobilizem contra mais um caso de censura explícita ao livre arbítrio. Em segundo lugar, vem o fato de que é muito mais fácil proibir do que educar. Proibindo, esses legisladores de meia tigela batem no peito para dizer que cumpriram sua missão. Mas a missão do legislador não é criar proibições que são esquecidas e burladas após meia dúzia de meses. A função deles é criar mecanismos que esclareçam e eduquem as pessoas para os perigos representados pelo fumo, pelo consumo excessivo de álcool ou pelo simples consumo de drogas ilegais. Também é pela educação que se convence os bêbados a irem de táxi até o boteco mais próximo.
Portanto, debaixo de tanta caretice e de tanta proibição, não restará medida prática alguma, a não ser o desrespeito às regras que nasceram para serem mesmo desrespeitadas. Querem mudar alguma coisa de verdade? Invistam, então, em educação e em modelos de democratização da informação. Isso sim traz mudanças efetivas de atitudes. O resto é oportunismo de políticos já de olho no próximo pleito eleitoral.

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