A pergunta que fica
no final de tudo é sempre a mesma: valeu mesmo a pena? Valeu a pena passar por cima de suas
convicções, de seus valores e de seus limites para chegar ao topo? Será que aí
de cima a visão é tão sublime quanto parecia? Será que durante a jornada você
não deixou nada para trás? Será que nessa subida tão íngreme e intensa você se
lembrou de oferecer suas mãos para quem poderia ter lhe acompanhado? Diga, com
sinceridade, mesmo vitorioso, você não sente falta de ninguém nem de nada? Será
que não se sente um pouco só? Ou será que já chegou aquela sensação de vazio,
aquela falta de algo que não se sabe bem o que é? Eu lhe explico, essa é a
sensação que todos temos quando desejamos muito algo e abrimos mão de sermos
quem somos para chegarmos lá. Em outras palavras, você chegou aonde queria, mas
largou para trás sua alma, sua essência. Aí, lhe pergunto: valeu mesmo a pena?
Sua felicidade, aí nas alturas, é mesmo completa, integral, irretocável? Até
mesmo quando se vence, pode se perder. É o triunfo amargo, quando o êxito não
chega emoldurado pela sensação de dever cumprido. Eu garanto: isso vai lhe
roubar muitas noites de sono. O arrependimento vai se acumular por baixo de
seus pensamentos, como se fosse poeira. E aí você vai entender de uma vez por
todas: o sucesso não vai trazer a tão almejada paz de espírito, ele será apenas
o começo de uma nova jornada. Jornada essa bem mais complicada e complexa,
porque será a jornada do reencontro com aquilo que se perdeu em algum ponto do
caminho. E então? Valeu mesmo a pena?
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