Coragem. Coragem
para permanecer na luta, coragem para aceitar a derrota. Coragem para resistir
e fazer oposição ao que for ofensivo e deletério. Coragem para seguir em
frente, de cabeça erguida, com a certeza de que se fez a mais consciente das
escolhas. Coragem para enfrentar desafios e, por vezes, pisar em espinhos.
Coragem para mudar o que for necessário e para conviver com que for
obrigatório. Coragem para buscar novos caminhos e para contornar os numerosos abismos.
Coragem para buscar os mesmos sonhos sem pessimismo ou revanche. Coragem para
ser tolerância sem jamais ser conivência. Coragem para não desistir e batalhar
pelos valores da democracia e da república. Coragem para ser a diferença onde a
igualdade sufoca. Coragem para não ser indiferente a desmandos, transgressões e
violências. Coragem para exercer a cidadania que o país tanto precisa em tempos
que podem ser de dura travessia ou de inesperada calmaria. Coragem hoje,
coragem em todos os dias. Coragem sempre.
Esse blog é uma gota de meu sangue, um plasma de meus sentimentos. Poesia, humor, política, dor, frustrações. É um espaço onde sou o que deveria ser ou o que nunca fui. É um lugar onde sou um personagem e uma entidade em vida. Sou um rio e também as pedras. A angústia perdida ou um sorriso espontâneo. Sou eu em múltiplas formas ou em forma alguma.
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quarta-feira, 31 de outubro de 2018
segunda-feira, 15 de outubro de 2018
A próxima refeição
Não
faz diferença. Ou melhor, faz toda a diferença. Aqueles dois números mágicos
que você vai digitar no dia 28 de outubro serão cruciais para o futuro do país.
Realmente, não devemos pregar que se trata de uma escolha entre democracia e
ditadura, entre criação e destruição. O cenário que nos apresenta é mais de uma
escolha entre continuísmo e ruptura. Mas continuísmo de que? De acertos ou de
erros? Só mesmo uma pessoa com a visão sectária não reconhece que a gestão
interrompida pela trupe de Temer teve seus acertos e também seus tantos erros. É
deles que Haddad iniciará uma eventual gestão petista? A resposta está no
programa no candidato e no que por ele foi feito em seus tempos de Ministro da
Educação e Prefeito de São Paulo. Foram gestões que também balançaram, e muito,
entre correções e deslizes. Por isso, uma análise cuidadosa e com muito
critério se faz pertinente e muito bem-vinda.
Do
outro lado, temos uma candidatura que é bastante radical no seu discurso, e
ainda mais radical quando se vê ataques a minorias protagonizados por seus
partidários. Bolsonaro não é mesmo responsável direto pelo que seus eleitores
fazem, mas seria de bom-tom que dele viessem palavras de calmaria e de
serenidade. Não ajuda aos indecisos que adeptos de um lado esfaqueiem e
espanquem discordantes. Na verdade, isso explica muito o contexto. Esses
valentões de meia tigela, que só assim o são em maioria ou armados até os
dentes, não lutam por uma mudança de paradigma, entregando à sociedade um
governo aliado da boa gestão e da quebra com os elos corruptivos. Para eles, o
negócio é estancar a sangria da justiça social que o PT, verdade seja dita,
engendrou por questões muito mais eleitorais do que humanitárias. Ainda assim,
na gestão de Lula/Dilma muito se observou de avanços no que tange a direitos de
minorias e desfavorecidos.
Esse
progresso social e econômico das classes emergentes desagradou tanto às “elites”
que a colunista Danuza Leão traduziu em palavras o sentimento dessa turma, ao
dizer que não tinha mais graça ir a Nova Iorque porque lá haveria o risco de
encontrar o porteiro do próprio prédio. Pois bem, é muito positivo, em um país
eivado por desigualdades e indiferenças aos desprotegidos, que porteiros e demais
classes trabalhadoras possam frequentar aeroportos e desfrutar de roteiros
turísticos internacionais.
Eleitores
de Jair Bolsonaro têm todo o direito de enxergar nele a melhor das opções,
depois de analisar o programa e o discurso do candidato. Mas, por favor, não
votem no atual deputado para se vingar de minorias e de emergentes. Fazer isso
é como criar cobras para acabar com roedores. Agindo assim, realmente, não
teremos mais roedores, mas e quanto às cobras? Quem vai se livrar delas, quem
vai lidar com elas? Antes mesmo de se ensaiar a resposta, saiba que elas já
estarão, na primeira madrugada possível, enroscadas em seus pescoços, prontas
para a próxima refeição.
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