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terça-feira, 29 de outubro de 2019

Quem escreve



Nunca abra mão de quem você ama. Brigas e desentendimentos vêm e vão. São arestas que lapidam uma relação duradoura e funcional. Mas o Amor sempre prevalece. E prevalece porque é transcendental. Vem de outras vidas, de outros carnavais. Não sabemos disso porque nos contam e sim porque sentimos. É algo que vai além, que atravessa paredes e fronteiras. É o que nos arranca lágrimas de desespero e sorrisos de incontida alegria. Amar são trevas e fogos. Mas não o Inferno em si e sim o inferno de uma paixão. Queimamos por dentro. Queimamos por fora. Queimamos de tesão e também de compaixão. O Amor são linhas tortas de um texto perfeito. O abraço preciso que resolve qualquer mal entendido. É sério. Não erre. Lute por quem você ama. Depois que passa, depois que cessa; ficam só o peito ferido e o tempo perdido. Seja melhor do que isso. Lute, resista, insista. A aposta mais certeira dessa vida é aquela feita com o coração. Quem joga não ganha dinheiro e sim o par perfeito. Aquela companhia constante e etérea. Não há palavras para definir. Apenas se sente e se pressente. Então, não perca tempo. Lance-se de braços abertos e coração ereto. Quem ama se entrega. Quem ama não tem medo. O único ferimento que se pode ter por amar é o arrependimento por não fazer aquilo que deveria ser feito. Aqui é vivo testemunho, por carne e por carma, de quem tristemente escreve esse texto.

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Que mal?



Que mal há em um homem namorar outro homem, em uma mulher acarinhar outra mulher? Que mal há em se ver um médico negro ou um gari branco? Que mal há em um homem se vestir como mulher ou em uma mulher se identificar com os atributos masculinos? Que mal há em uma pessoa frequentar um terreiro e seguir religiões de matriz africana? Que mal há em uma mulher, assim como os homens fazem, sair para a balada, se divertir e beijar quantas pessoas quiser? Que mal há em se dividir um assento de avião com alguém de classe econômica inferior? Que mal há em uma faxineira ter seus filhos cursando faculdade? Que mal há em um mundo melhor e mais inclusivo? O único mal nisso tudo é quem não aceita o outro e seus respectivos direitos por, no fundo, não aceitar a si próprio.

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Imortal caturrice



Depois de sofrer uma derrota doída para o Bahia (0x1), dentro do Olímpico, no último dia 16, pelo Campeonato Brasileiro, Renato Portaluppi mais uma vez misturou o personagem com o treinador. Sem autocrítica e nenhuma reflexão válida sobre aquele jogo, desmereceu a vitória do esquadrão baiano e ainda disse que só Flamengo, Santos, Athletico-PR e o próprio Grêmio jogam para vencer no futebol brasileiro. Mera bravata. O Grêmio jamais pode ser colocado como um time que joga para vencer sempre, pois, do contrário, competiria em todas as partidas de todos os campeonatos com força máxima. E, na verdade, o Grêmio é um dos clubes que mais desnivela o certame nacional ao abrir mão de performar com seus titulares. Isso fez com que a equipe se afastasse assustadoramente do G4 da atual edição do Brasileirão. Mas nenhum problema. Para Renato, a vaga gremista para a Libertadores/2020 viria através do título da Libertadores/2019. Só que não veio. E antes da surra que o Grêmio sofreu no Maracanã, Renato, mais uma vez, “descansou” seu time na rodada do último fim de semana do Campeonato Brasileiro. Resultado: derrota diante do limitado Fortaleza. Além disso, por questão de “atraso” no voo para o Rio, o elenco gremista ganhou “folga” domingo passado e Renato pôde até bater uma bolinha na praia com seus colegas de beira-mar. Enquanto isso, o Flamengo jogava o clássico contra o Fluminense com força máxima e moldando já o que seria feito na batalha decisiva pela Libertadores. E, assim, descansados e com treinos de menos, os atletas do Renato foram a campo. Inacreditavelmente, André “Balada” estava no comando de ataque. Fazendo-lhe companhia, o inoperante Alisson, jogador sem personalidade e que só faz correr. Somando fator ao desastre, temos também Paulo Miranda, horroroso na zaga e pior ainda na lateral-direita. Também não pode ser esquecida a escolha por Michel, volante desajeitado e preguiçoso na marcação. A cereja do bolo foi Paulo Victor no gol. É uma heresia o sucessor do excelente Marcelo Grohe ser um arqueiro tão inábil. PV, como gosta de ser chamado, é ruim na saída de gol, na reposição de bola, nas defesas em dois tempos e nos encaixes de arremates. É incrível como conseguiu se tornar um atleta profissional. Faltam-lhe talento, disposição, reflexos ágeis e treinamento específico. Titular para além dos muros gremistas, PV só conseguiria nas peladas de fim de semana ou nos confrontos de casados contra solteiros. Como já estava desenhado, veio a catastrófica atuação tricolor. O Flamengo fez quantos gols quis e como quis. Se quisessem, os rubro-negros poderiam até pegar emprestada uma torcedora “grávida” para ajudar a balançar o barbante gaúcho. O mais grave é que mesmo depois desse banho de preparação, de tática, de foco e de treinamento que sofreu de seu contraparte português, Renato não aprenderá a lição. Vai continuar achando seu time a reinvenção do futebol, vai continuar acreditando que pode usar seu toque de Midas para transformar “Andrés Baladas” em jogadores de alto nível, vai seguir “poupando” seus atletas-bibelôs e também continuará transferindo os sintomas de que seu time está mal para episódios pontuais. Foi assim que ele falou quando o Grêmio perdeu para o Fluminense nessa edição do Campeonato Brasileiro, sofrendo inacreditáveis 5 gols dentro do Olímpico. Para Renato, foi algo esporádico, explicado na base do “demos mole”. Sim, Renato continuará “dando mole” e sofrendo com as “mulheres grávidas” goleadoras porque é incapaz de fazer uma análise sobre si mesmo e sobre o próprio trabalho. O pior é que, no meio desse temporal, ele arrastará para o ralo consigo o “Imortal” tricolor. É uma pena, mas também uma consequência óbvia de escolhas erradas e de muita teimosia. É o Renato Portaluppi se aproximando terrivelmente da sombra do Dunga. Dois gaúchos que podem mesmo morrer abraçados por serem vítimas dos próprios caprichos e de uma imortal caturrice.


quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Amigos sumidos



Você já teve algum amigo que, sem razão alguma, sumiu da sua vida? Você tem algum amigo que sempre diz “Está sumido, hein, cara?”, mas que nunca liga nem manda mensagens? Ou então aquele amigo que começa a namorar e some sem deixar pistas? Ou aquele outro que nunca tem tempo para nada além de si mesmo? Pois é, todos temos alguém na nossa vida se encaixa justamente em uma dessas situações descritas aí em cima. Mas qual o problema disso? O problema é você se sentir mal ou desconfiado de si mesmo quando algum amigo seu se afasta. Se você cometeu algum erro com ele, ele, como seu amigo, lhe dirá para você ter a chance de pedir desculpas e reparar a ofensa. Mas quase nunca é assim. Quando seu amigo some, some porque você não se encaixa mais no estilo de vida que ele quer seguir. Em outras palavras, quando vocês eram inseparáveis, ele não enxergava em você valor, apenas utilidade. A partir do momento em que você não tem mais utilidade, ele some porque outras pessoas agora ocupam esse espaço. Logo, você precisa entender de uma vez por todas: se ele nunca enxergou seu valor, então, essa pessoa nunca foi sua amiga. E distanciar-se voluntariamente é um favor que essa pessoa faz. Só não é aceitável que você caia na armadilha de dar nova chance quando for procurado novamente. Lembre-se: ele só quer sua utilidade, só quer um “quebra-galho”. Você e cada um de nós somos muito mais do que isso. Portanto, não tenha receio de dizer um sonoro “não” quando esses amigos sumidos voltarem à cena. Quem conhece seu próprio valor jamais pode aceitar o papel de utilitário na vida alheia. E, assim, reconhecendo e reclamando por seu próprio valor, você terá na sua vida só mesmo quem merece, quem tem valor e também é capaz de enxergar o valor alheio.

Momentos e sentimentos



São momentos que constroem os sentimentos e não o contrário. Se eu sinto, eu estou junto; mas, para sentir, é primeiro preciso fazer companhia e aprender a gostar da companhia. Esse é o segredo, a explicação de o porquê algo não ter dado certo entre duas pessoas. Por mais que os momentos tenham sido ótimos, nem sempre eles levam aos sentimentos do amor e da afeição. Os momentos que não se tornam sentimentos acabam por se transformar em relações vazias e líquidas. Então é isso, por entre mortos e feridos, não há um único culpado, uma vilania oculta por trás do desacerto. Muitas vezes, não tinha que ser ali, naquele momento, com aquela pessoa. Maktub. O importante é sempre termos a capacidade de nos reconstruirmos para merecer nossa própria felicidade. E até sermos felizes, ainda nos depararemos com muitos erros para, enfim, confrontar o acerto definitivo. Então, um brinde à vida e que sigamos na busca pelo sentimento que nos virá através da soma de tantos momentos sublimes e mágicos.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Intermediários do Destino



Ensinar é reformar consciências, transformar sonhos e gerar mentes tão curiosas quanto independentes. Quando estamos professores, estamos criando uma nova forma de interagir com mundo, de se colocar na sociedade e de pensar sobre o agir. Ser professor é influenciar uma decisão que nem mal sabíamos ter nela algum tipo de contribuição. Como professores, somos mercadores de esperanças e de futuros. Lecionamos com a alma porque só dela pode advir o fluxo libertador, o éden do conhecimento e a interrogação sobre não mais o que fazer com caixa e sim sobre se ela é realmente necessária. Professores somos responsáveis por fazer dessa terra um plano melhor. Mas redondamente se engana quem acha que é sobre isso que debruçamos. As informações estão nos livros e na internet. Não somos, por dedução, máquinas de consulta, informantes do universo. Somos algo muito mais sutil e poderoso, somos um elo entre quem ainda será e quem já é, somos o túnel que liga o processo ao produto, somos a soma do desejo de termos um amanhã melhor para justamente quem estará aqui para desfrutar dele. Somos uma parte gigantesca de quem pode salvar o planeta ou enterrá-lo de vez. É uma responsabilidade monumental e também uma recompensa inexprimível estar entre quem aprende e quem pratica. E, por sermos intermediários do Destino, temos tanto compromisso e tanto sorriso para lutar por aqueles que tanto precisam de nós. Feliz Dia dos Professores a todos nós.