Depois de sofrer uma derrota
doída para o Bahia (0x1), dentro do Olímpico, no último dia 16, pelo Campeonato
Brasileiro, Renato Portaluppi mais uma vez misturou o personagem com o
treinador. Sem autocrítica e nenhuma reflexão válida sobre aquele jogo, desmereceu
a vitória do esquadrão baiano e ainda disse que só Flamengo, Santos, Athletico-PR
e o próprio Grêmio jogam para vencer no futebol brasileiro. Mera bravata. O Grêmio
jamais pode ser colocado como um time que joga para vencer sempre, pois, do
contrário, competiria em todas as partidas de todos os campeonatos com força
máxima. E, na verdade, o Grêmio é um dos clubes que mais desnivela o certame
nacional ao abrir mão de performar com seus titulares. Isso fez com que a
equipe se afastasse assustadoramente do G4 da atual edição do Brasileirão. Mas
nenhum problema. Para Renato, a vaga gremista para a Libertadores/2020 viria através
do título da Libertadores/2019. Só que não veio. E antes da surra que o Grêmio
sofreu no Maracanã, Renato, mais uma vez, “descansou” seu time na rodada do
último fim de semana do Campeonato Brasileiro. Resultado: derrota diante do
limitado Fortaleza. Além disso, por questão de “atraso” no voo para o Rio, o
elenco gremista ganhou “folga” domingo passado e Renato pôde até bater uma
bolinha na praia com seus colegas de beira-mar. Enquanto isso, o Flamengo
jogava o clássico contra o Fluminense com força máxima e moldando já o que
seria feito na batalha decisiva pela Libertadores. E, assim, descansados e com treinos
de menos, os atletas do Renato foram a campo. Inacreditavelmente, André “Balada”
estava no comando de ataque. Fazendo-lhe companhia, o inoperante Alisson,
jogador sem personalidade e que só faz correr. Somando fator ao desastre, temos
também Paulo Miranda, horroroso na zaga e pior ainda na lateral-direita. Também
não pode ser esquecida a escolha por Michel, volante desajeitado e preguiçoso
na marcação. A cereja do bolo foi Paulo Victor no gol. É uma heresia o sucessor
do excelente Marcelo Grohe ser um arqueiro tão inábil. PV, como gosta de ser
chamado, é ruim na saída de gol, na reposição de bola, nas defesas em dois
tempos e nos encaixes de arremates. É incrível como conseguiu se tornar um atleta
profissional. Faltam-lhe talento, disposição, reflexos ágeis e treinamento
específico. Titular para além dos muros gremistas, PV só conseguiria nas
peladas de fim de semana ou nos confrontos de casados contra solteiros. Como já
estava desenhado, veio a catastrófica atuação tricolor. O Flamengo fez quantos
gols quis e como quis. Se quisessem, os rubro-negros poderiam até pegar
emprestada uma torcedora “grávida” para ajudar a balançar o barbante gaúcho. O
mais grave é que mesmo depois desse banho de preparação, de tática, de foco e
de treinamento que sofreu de seu contraparte português, Renato não aprenderá a
lição. Vai continuar achando seu time a reinvenção do futebol, vai continuar acreditando
que pode usar seu toque de Midas para transformar “Andrés Baladas” em jogadores
de alto nível, vai seguir “poupando” seus atletas-bibelôs e também continuará
transferindo os sintomas de que seu time está mal para episódios pontuais. Foi
assim que ele falou quando o Grêmio perdeu para o Fluminense nessa edição do
Campeonato Brasileiro, sofrendo inacreditáveis 5 gols dentro do Olímpico. Para
Renato, foi algo esporádico, explicado na base do “demos mole”. Sim, Renato continuará
“dando mole” e sofrendo com as “mulheres grávidas” goleadoras porque é incapaz
de fazer uma análise sobre si mesmo e sobre o próprio trabalho. O pior é que,
no meio desse temporal, ele arrastará para o ralo consigo o “Imortal” tricolor.
É uma pena, mas também uma consequência óbvia de escolhas erradas e de muita
teimosia. É o Renato Portaluppi se aproximando terrivelmente da sombra do
Dunga. Dois gaúchos que podem mesmo morrer abraçados por serem vítimas dos
próprios caprichos e de uma imortal caturrice.
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