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quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Imortal caturrice



Depois de sofrer uma derrota doída para o Bahia (0x1), dentro do Olímpico, no último dia 16, pelo Campeonato Brasileiro, Renato Portaluppi mais uma vez misturou o personagem com o treinador. Sem autocrítica e nenhuma reflexão válida sobre aquele jogo, desmereceu a vitória do esquadrão baiano e ainda disse que só Flamengo, Santos, Athletico-PR e o próprio Grêmio jogam para vencer no futebol brasileiro. Mera bravata. O Grêmio jamais pode ser colocado como um time que joga para vencer sempre, pois, do contrário, competiria em todas as partidas de todos os campeonatos com força máxima. E, na verdade, o Grêmio é um dos clubes que mais desnivela o certame nacional ao abrir mão de performar com seus titulares. Isso fez com que a equipe se afastasse assustadoramente do G4 da atual edição do Brasileirão. Mas nenhum problema. Para Renato, a vaga gremista para a Libertadores/2020 viria através do título da Libertadores/2019. Só que não veio. E antes da surra que o Grêmio sofreu no Maracanã, Renato, mais uma vez, “descansou” seu time na rodada do último fim de semana do Campeonato Brasileiro. Resultado: derrota diante do limitado Fortaleza. Além disso, por questão de “atraso” no voo para o Rio, o elenco gremista ganhou “folga” domingo passado e Renato pôde até bater uma bolinha na praia com seus colegas de beira-mar. Enquanto isso, o Flamengo jogava o clássico contra o Fluminense com força máxima e moldando já o que seria feito na batalha decisiva pela Libertadores. E, assim, descansados e com treinos de menos, os atletas do Renato foram a campo. Inacreditavelmente, André “Balada” estava no comando de ataque. Fazendo-lhe companhia, o inoperante Alisson, jogador sem personalidade e que só faz correr. Somando fator ao desastre, temos também Paulo Miranda, horroroso na zaga e pior ainda na lateral-direita. Também não pode ser esquecida a escolha por Michel, volante desajeitado e preguiçoso na marcação. A cereja do bolo foi Paulo Victor no gol. É uma heresia o sucessor do excelente Marcelo Grohe ser um arqueiro tão inábil. PV, como gosta de ser chamado, é ruim na saída de gol, na reposição de bola, nas defesas em dois tempos e nos encaixes de arremates. É incrível como conseguiu se tornar um atleta profissional. Faltam-lhe talento, disposição, reflexos ágeis e treinamento específico. Titular para além dos muros gremistas, PV só conseguiria nas peladas de fim de semana ou nos confrontos de casados contra solteiros. Como já estava desenhado, veio a catastrófica atuação tricolor. O Flamengo fez quantos gols quis e como quis. Se quisessem, os rubro-negros poderiam até pegar emprestada uma torcedora “grávida” para ajudar a balançar o barbante gaúcho. O mais grave é que mesmo depois desse banho de preparação, de tática, de foco e de treinamento que sofreu de seu contraparte português, Renato não aprenderá a lição. Vai continuar achando seu time a reinvenção do futebol, vai continuar acreditando que pode usar seu toque de Midas para transformar “Andrés Baladas” em jogadores de alto nível, vai seguir “poupando” seus atletas-bibelôs e também continuará transferindo os sintomas de que seu time está mal para episódios pontuais. Foi assim que ele falou quando o Grêmio perdeu para o Fluminense nessa edição do Campeonato Brasileiro, sofrendo inacreditáveis 5 gols dentro do Olímpico. Para Renato, foi algo esporádico, explicado na base do “demos mole”. Sim, Renato continuará “dando mole” e sofrendo com as “mulheres grávidas” goleadoras porque é incapaz de fazer uma análise sobre si mesmo e sobre o próprio trabalho. O pior é que, no meio desse temporal, ele arrastará para o ralo consigo o “Imortal” tricolor. É uma pena, mas também uma consequência óbvia de escolhas erradas e de muita teimosia. É o Renato Portaluppi se aproximando terrivelmente da sombra do Dunga. Dois gaúchos que podem mesmo morrer abraçados por serem vítimas dos próprios caprichos e de uma imortal caturrice.


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