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quarta-feira, 24 de junho de 2020

O Egito é aqui



Uma palavra, um castelo de cartas. Um beijo roubado, uma vida assombrada. É tarde demais ou ainda é cedo. Não importa o tempo. A pandemia e o pandemônio nos tornaram acrônicos, cômicos e canônicos. Rimos da própria chaga e ela em retorno nos mata. Aos milhares por enquanto. Mas talvez chegue aos milhões. Melhor não subestimar o Mal, mesmo que ele esteja morando junto aos fantasmas do Palácio do Planalto Central. Pode ser que eles tenham feito algum acordo, algo tipo uma rachadinha de cômodos para abrigar a todos, inclusive os filhotes. E a nuvem de gafanhotos? Pois é, lá pelos lados de Israel, que inspiram tantos aqui nos trópicos, insetos atacando em massa sinalizam maldição divina. Um castigo pelo desrespeito e destemor ao Pai. Mas aqui é “Deus acima de todos”, certo? É mesmo? E qual Deus gostaria de abençoar uma pátria cujo presidente venera um psicopata e torturador? Qual Deus se orgulha de um patriota que chama de “gripezinha” uma doença que matou mais de 50 mil conterrâneos? Acho que essa é a hora de juntar o Brasil com o Egito. Não é que, no final, Beto Jamaica e Compadre Washington se tornaram profetas? O Egito é aqui, os gafanhotos vindouros não nos farão esquecer. E olha que depois deles, outras pragas virão, assim como foi nos tempos bíblicos. Mas de boa, porque a “verdade vos libertará”. Acredito que nos libertará, mesmo, é de quem nunca deveria ter chegado lá, afinal de contas.

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