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terça-feira, 9 de março de 2021

Supremo mal


Meu coração está aflito, ferido

É um fio cortado, um coração partido

Mas não partido por uma mulher

Por uma pessoa que mal me quer

O que despedaça meu peito é meu País

O lugar onde eu deveria ser feliz

Como pode esse Brasil?

De Suassuna, Machado, Drumond, Lispector

De Dumont, Villa-Lobos, Niemeyer, Carolina

Render-se a Bolsonaro

Render-se ao mais covarde ato?

Minhas lágrimas sangram meu rosto

Sangram as letras do meu esboço

Essa luta cruenta contra o assassino vírus

Já está tomada, já está perdida

Mesmo que haja saída, mesmo que haja vacina

Porque no dia do voto, no dia da decisão

Trocamos a sabedoria por imprecisão

Trocamos a civilidade pela amargura

E agora sofremos, mesmo de armadura

Porque o despreparo encontrou a destruição

Porque, não importa o parágrafo final

O bem foi superado pelo supremo mal

E isso pode ser tristemente comprovado

Pelos milhares de corpos que ainda serão enterrados

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