Meu coração está aflito, ferido
É um fio cortado, um coração partido
Mas não partido por uma mulher
Por uma pessoa que mal me quer
O que despedaça meu peito é meu País
O lugar onde eu deveria ser feliz
Como pode esse Brasil?
De Suassuna, Machado, Drumond, Lispector
De Dumont, Villa-Lobos, Niemeyer, Carolina
Render-se a Bolsonaro
Render-se ao mais covarde ato?
Minhas lágrimas sangram meu rosto
Sangram as letras do meu esboço
Essa luta cruenta contra o assassino vírus
Já está tomada, já está perdida
Mesmo que haja saída, mesmo que haja vacina
Porque no dia do voto, no dia da decisão
Trocamos a sabedoria por imprecisão
Trocamos a civilidade pela amargura
E agora sofremos, mesmo de armadura
Porque o despreparo encontrou a destruição
Porque, não importa o parágrafo final
O bem foi superado pelo supremo mal
E isso pode ser tristemente comprovado
Pelos milhares de corpos que ainda serão enterrados
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