Terra redonda, sorriso vermelho, poesia no sangue, calor em
fevereiro, chuvas sem fim, rios de um jardim, luzes e letras, fontes e fios.
Algo contínuo e findo. Meu coração em um vidro, um apocalipse de uma noite e um
verão na janela de Shakespeare. Um dia de baile e de bestas. Fantasia e
fantasmas. Morcegos e namorados. Uma lâmina no escuro e cortes nas sombras.
Mãos e magos, mágicos e monstros. Maravilhas da noite. Manchas no lençol e
vírgulas de um terçol. Um dia me explico no confessionário da sala de espera
divina. Estou em Deus e estou só. Uma briga com o espelho e outra com o vulto
atrás de mim. Tudo se quebra e vejo meus pedaços enquanto o reflexo me encara
vencedor. Minhas mãos e o fogo, a poesia que queima em meus ossos e me
carboniza os miolos. Sou poeta e profeta do meu destino. Ainda que não tenha
um.
Nenhum comentário:
Postar um comentário