O amor me percorre
de tórax a dorso,
de lábios a pescoço,
do sabor ao desgosto.
O amor me descobre
na taça vazia,
na cólera doentia,
em deserta abadia.
O amor me colore
em asas e rimas
em inconfessa alegria
no tambor, na batida.
O amor me socorre
no escuro, na calada,
entre as pedras e as brasas.
O amor me interrompe
o júbilo e o hiato,
a sensação e a existência,
intolerância e renascença.
O amor me entorpece
entre o antes e o nunca,
no abismo da impotência,
em um amargor impresso
de uma tristeza sem adeus.
O amor me enlouquece,
quando logro, quando escrevo,
quando existo e resisto,
quando penso em você.
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