Total de visualizações de página

sábado, 25 de setembro de 2010

Os dois lados da moeda


O projeto stalinista do PT pode ser definido em poucas e lúcidas palavras: ficar no poder o maior tempo possível, empregar parentes, afilhados e amigos, cooptar bajuladores e desqualificar os críticos. É uma tática tão sórdida quanto antiga. Remete aos áureos tempos (para os bolchevistas, é óbvio) de União Soviética, Guerra Fria e muros malignos.
Portanto, ao metralhar a ala crítica da imprensa, Lula cumpre seu papel de grande líder, de guardião maior dos interesses da sociedade (interesses, claro, que são do Lula e asseclas, somente deles). Na ótica enviesada dos setores que apoiam o petismo, apontar erros e oferecer soluções mais eficazes é um des-serviço, uma ofensa moral a quem luta pelos mais humildes.
Todavia, em um ponto dessa discussão, Lula está correto. Órgãos da imprensa brasileira partem para o combate político frontal travestidos de neutros, de aparelhos que estão isentos de interesses e preferências. Pura bazófia. Claro que todos os veículos têm um lado, claro que estão em um dos extremos da trincheira. Essa história de independência editorial, essa postura “em cima do muro” não convence ninguém.
Lula foi exitoso ao dizer que seria mais fácil para todos se os órgãos assumissem de uma vez de que lado estão. Assumir uma posição não desprestigia ou desqualifica ninguém. Somos todos dotados de conceitos e valores, somos todos portadores de predileções. Alguns preferem o preto, outros o vermelho. Muitos querem a Dilma, outros o Serra e alguns a Marina.
Desse modo, devemos refletir se essa imparcialidade hoje deve ser mesmo adotada. Afinal, todos sabemos de que lado está cada veículo de comunicação. Esconder e omitir são apenas formas de promover falácias e factóides. Devíamos, mesmo, pintar nossos rostos com as cores de nossa ideologia e assumir o que somos. Cada um devia fazer isso. Eu, você e os órgãos de comunicação também. Posso garantir que não vai doer nem um pouco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário