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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Garbosa garoa



Garoa despenca
sobre os olhos da grande cidade.
As pessoas felizes carregam
sacolas e sonhos.
As cabeças povoam-se
de segredos e certezas.
A garoa domestica
aqueles que se julgam
acima do Bem e do Mal,
acima do Deus e da Mãe.
Os pingos dourados,
em valente ofício,
aproximam as pessoas.
Anônimos e estrelas
se ocultam sob igual marquise.
Daquele encontro furtivo
floresce doce embalo de amor.
A sabedoria sideral
sabe mesmo provocar
o inesperado choque,
 o abraço surreal
da magia com a vida,
dos sentimentos com a verdade.
A garoa segue molhando
os corações citadinos,
os solitários que se flagram
no reflexo plácido das ondas,
os narcisistas que espelham
seus múltiplos egos
na safra ilimitada das lentes itinerantes.
Seja a melodia uma garoa
a expandir pétalas de paz
sob a relva cinzenta
de toda nossa humanidade.

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