Vou ser direto para não me acusarem de partidarismo.
Não sou de direita e tampouco eleitor do PSDB e afins. Considero, ainda, o
governo FHC uma tragédia, debitando-se devidamente a ele as “privatizações”
feitas de maneira escusa e ao arrepio dos interesses do Brasil.
Pronto,
acredito agora que posso entrar no tema da recente elevação dos preços dos
combustíveis. Como se sabe, Dilma e seus ministros (muitos dele de competência
questionável) estão em uma deflagrada batalha para combater a inflação (sim, o
velho dragão de sempre volta a atacar e a cuspir fogo no dinheiro dos
assalariados).
Logo,
é difícil entender porque aprovar o aumento dos combustíveis em um país
rodoviário, o que, inevitavelmente, provocará aumentos em outros diversos
setores da economia. Além disso, somos autossuficientes em relação ao petróleo
e a Petrobrás é uma estatal, ou seja, deveria trabalhar para atender aos
interesses dos brasileiros.
Porém,
isso não aconteceu. E o pior de tudo: Dilma aprovou o aumento no momento mais
oportuno e cafajeste possível. Explica-se: o Governo acabou de, em tese,
garantir a queda das taxas de energia elétrica (mas, ao que parece, em Minas
isso não deve acontecer de forma tão enfática, pois a Aneel demonstra ter mais
autonomia do que a própria Dilma no sentido de assegurar os interesses das
companhias dessa seção), estamos em um período de entressafra eleitoral
(passou-se o período de eleições municipais e ainda falta mais de um ano e meio
para o pleito presidencial) e em véspera de Carnaval.
Por
tudo isso, percebe-se que a Dilma não é aquela criatura toda pimpona que
apareceu na TV para anunciar a queda das taxas da conta de luz. Será que ela
vai aparecer na TV e fazer propaganda do aumento dos combustíveis? Duvido
muito. Se o fizesse, também poderia explicar o que a Petrobrás faz pelo Brasil.
Poderia explicar porque nossos vizinhos de Mercosul pagam menos do que nós para
usar combustível brasileiro e porque o conselho de administração da estatal paga
salários milionários a seus integrantes. Lembro que a própria Dilma e Mantega
(ministro da Fazenda, mas que poderia ser de qualquer outra pasta , tendo em
visto seu papel meramente decorativo) já foram conselheiros da empresa com
direito aos salários já mencionados. Seria muito pertinente esclarecer ainda
como pode o marido da presidente da estatal, Graça Foster, ter contratos
vultuosos com a companhia sem que haja conflito de interesses.
Acho
que são tantas a perguntas que nem um programa eleitoral inteiro daria conta de
responder. Então, fica a sugestão. Cuidado quando a Dilma prometer algo bom. Se
isso acontecer de novo, é sinal de que vem coisa ruim pela frente. Pelo até
chegarmos à campanha presidencial.