Ah, o Amor. Esse
indecifrável ser, essa endiabrada criatura que nos toma pelos pés, pelos beijos
e pelos abraços. Esse estranho no ninho sempre a nos empurrar para o
descaminho, para o colo que jamais deveria ser hospedeiro de mais puro e
abstrato sentimento. O Amor, esse louco inveterado a quebrar as vidraças e
atravessar as paredes da nossa indiferença. Como quem não quer nada, lá está
Ele, do alto nosso miocárdio, direcionando nosso ajuste emocional. Aí se
explica a razão de tanta irracionalidade. Por que ele? Justo essa menina? Não
pode ser. Mas é. (In)felizmente o Amor não se explica e não é explicável. Ele
faz aquilo que quer e pronto, sem mais conversa. Por isso, a melhor forma de
lidar com Ele não é enfrentá-lo, mas sim aceitá-lo. Um pouco de ingenuidade
disfarçada não faz mal. Deixar o Amor comandar como se não houvesse resistência
é a melhor forma de distraí-lo antes do bote derradeiro. O Amor não sabe disso
(e espero que Ele não me leia), mas é possível fazer o jogo dEle, é possível
ser a criança mimada dessa brincadeira de cartas marcadas. O segredo? Basta
jogar, se jogar de cabeça e lembrar que não existem regras que não podem ser
burladas. O Amor pode tudo, mas nós também podemos. Para tal, basta entrarmos
em campo desarmados daqueles nossos preconceitos de sempre. A fórmula mágica
para vencer o Amor é essa: amar de verdade e nos entregar sem medo às surpresas
que nossas vidinhas nos reservam. E então, vamos tentar ou ficar esperando a próxima
tirania desse irresponsável de asas?
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