Idiossincrasias.
Sim, todos nós temos as nossas. Pep Guardiola também tem as dele. Algumas, por
exemplo, foram as escalações dos fraquíssimos Cuenca e Tello nos jogos
decisivos da Champions League e do Campeonato Espanhol. Até entendemos que a
“prata da casa” tem de ser prestigiada, mas há jogos e momentos mais adequados
para fazê-lo.
De
toda a forma, o legado de Guardiola para o futebol é inegável. O vitorioso
treinador deixa o Barcelona após quatro temporadas de títulos e triunfos, de
futebol bem jogado, com posse de bola, gols e fair play.
Trata-se
de uma monumental herança. Quando o futebol se mostrava refém dos “resultados”
e de técnicos tacanhos, aliados a seus brucutus de primeira hora, surge uma
verdadeira filosofia esportiva, uma maneira inovadora de se jogar e de se
pensar o futebol.
Deu
gosto ver o que Pep Guardiola implantou em seu Barcelona. Um time que trata a
bola como dama, que faz gols, que joga objetivamente, que respeita seus
adversários dentro e fora das quatro linhas.
Os
resultados foram uma consequência natural: o Barcelona levantou 13 troféus no
período (podendo ainda chegar a 14, caso vença a Copa do Rei), deu vazão ao
talento do melhor jogador da atualidade (Messi) e ainda formou a base da
seleção espanhola, atual campeã do mundo.
Pep
segue seu caminho, mas deixa para trás um exemplo a ser seguido, uma semente
que deve inspirar a nova geração de treinadores. Que eles aprendam com o mestre
catalão: futebol é feito de passes, dribles, gols e muita dedicação. Treino é
levado a sério e baladeiros de véspera de jogo são bem-vindos, mas como
turistas. Ronaldinho Gaúcho que o diga.