A
verdade nua e crua é que na internet ninguém gosta de mostrar a cara. Por trás
de sites e blogs, a princípio bacanas, esconde-se, muitas vezes, uma máquina de
mensagens subliminares ideológicas e partidárias. Isso não é novidade. Deriva
dos veículos tradicionais que arrotam imparcialidade, para, no fundo,
instrumentalizar seu público, forjando uma massa de manobra para objetivos nem
sempre patrióticos.
Gera
certa perplexidade nessa propaganda política via internet a falta de uma
postura mais crítica por parte dos usuários da rede mundial de computadores.
Com uma desfaçatez de dar inveja a gente como Fernando Collor, Paulo Maluf e
Alberto Bejani, os falsos perfis da internet disparam discursos e conteúdos
tendenciosos, encontrando, raras vezes, resistência e contestação.
Episódio
curioso foi o que se passou em um grupo do Facebook chamado “Moradores Juiz de
Fora”. A página é, em tese, destinada a exaltar a cidade e seus cidadãos, livre
de quaisquer interesses políticos ou questões partidárias. Na prática, todavia,
não foi o que se viu.
Dias
após o aniversário da cidade, o que acarretou um expressivo aumento no número
de visitantes, os responsáveis pelo espaço postaram uma mensagem política de
apoio irrestrito ao atual prefeito, Custódio Mattos (PSDB).
Pura
propaganda política. Não demorou para que internautas mais antenados, poucos,
por sinal, se revoltassem. Na teoria, choveriam críticas ao post, mas isso não
foi possível porque bloquearam a opção de comentar o conteúdo.
Indignados,
muitos abandonaram o grupo ou compartilharam mensagens coletivas denunciando o
abuso por parte dos proprietários do espaço. Um deles foi Sinésio Antônio
Pastorini, a quem coube me informar sobre o cancelamento do polêmico post
minutos depois da explosão de acusações sobre o direcionamento de uma página
que deveria ser democrática e inclusiva.
O
pior é que o post foi cancelado sem maiores explicações ou escusas.
Simplesmente evaporou. Sinésio, inclusive, relatou preocupação em ser tachado
de mentiroso, pois as denúncias que alardeavam não encontravam as provas de sua
materialidade.
O
que eu disse a ele? Relaxa, pois eu mesmo vi a postagem ideológica e posso
testemunhar que de fato ela existiu. Além disso, muitas outras pessoas também
viram e tiveram seu direito de comentar o post negado. Ficou feio na verdade
foi para os controladores do espaço, pois perderam a credibilidade e o rótulo
de imparciais.
Outra
página na franja do Facebook também se presta a repassar propaganda política
dissimulada. Trata-se do “Baixoa (sic) Corrupção”. No início, acha-se que é um
fórum para o debate de um país mais republicano e transparente, voltado para o
combate à corrupção em todas as suas formas e gêneros.
No
entanto, prestando bastante atenção ao que é postado, vê-se que é mais um espaço
de críticas ao atual governo. Tudo bem. Todos sabemos das lambanças do PT e de
seus aliados. Ninguém vai se esquecer do “Mensalão”, dos “aloprados”, do
populismo do Lula, da obsessão esquerdista pelo controle da mídia, do
aparelhamento do Estado.
A
pergunta que fica é: E o outro lado? Cadê as críticas às privatizações feitas a
custo de banana e toque de caixa no período FHC? Cadê o escândalo da compra de
votos para a aprovação do dispositivo que criou a possibilidade de reeleição
também na gestão tucana? Cadê o dedo na ferida do socorro absurdo ao sistema
bancário que FHC promoveu sem pudor algum?
Isso
os amigos do “Baixoa (sic) Corrupção” não comentam, né? Fica a dica a vocês,
usuários de redes sociais e visitantes de blogs. Sempre tem um espertinho
disfarçado querendo influenciar suas atitudes e sua forma de pensar. Então,
fiquem espertos e deem um unfollow nesses canalhas de moita. Ignorância é a
melhor maneira de condenâ-los.
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