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terça-feira, 5 de junho de 2012

Canalhas de moita



A verdade nua e crua é que na internet ninguém gosta de mostrar a cara. Por trás de sites e blogs, a princípio bacanas, esconde-se, muitas vezes, uma máquina de mensagens subliminares ideológicas e partidárias. Isso não é novidade. Deriva dos veículos tradicionais que arrotam imparcialidade, para, no fundo, instrumentalizar seu público, forjando uma massa de manobra para objetivos nem sempre patrióticos.
Gera certa perplexidade nessa propaganda política via internet a falta de uma postura mais crítica por parte dos usuários da rede mundial de computadores. Com uma desfaçatez de dar inveja a gente como Fernando Collor, Paulo Maluf e Alberto Bejani, os falsos perfis da internet disparam discursos e conteúdos tendenciosos, encontrando, raras vezes, resistência e contestação.
Episódio curioso foi o que se passou em um grupo do Facebook chamado “Moradores Juiz de Fora”. A página é, em tese, destinada a exaltar a cidade e seus cidadãos, livre de quaisquer interesses políticos ou questões partidárias. Na prática, todavia, não foi o que se viu.
Dias após o aniversário da cidade, o que acarretou um expressivo aumento no número de visitantes, os responsáveis pelo espaço postaram uma mensagem política de apoio irrestrito ao atual prefeito, Custódio Mattos (PSDB).
Pura propaganda política. Não demorou para que internautas mais antenados, poucos, por sinal, se revoltassem. Na teoria, choveriam críticas ao post, mas isso não foi possível porque bloquearam a opção de comentar o conteúdo.
Indignados, muitos abandonaram o grupo ou compartilharam mensagens coletivas denunciando o abuso por parte dos proprietários do espaço. Um deles foi Sinésio Antônio Pastorini, a quem coube me informar sobre o cancelamento do polêmico post minutos depois da explosão de acusações sobre o direcionamento de uma página que deveria ser democrática e inclusiva.
O pior é que o post foi cancelado sem maiores explicações ou escusas. Simplesmente evaporou. Sinésio, inclusive, relatou preocupação em ser tachado de mentiroso, pois as denúncias que alardeavam não encontravam as provas de sua materialidade.
O que eu disse a ele? Relaxa, pois eu mesmo vi a postagem ideológica e posso testemunhar que de fato ela existiu. Além disso, muitas outras pessoas também viram e tiveram seu direito de comentar o post negado. Ficou feio na verdade foi para os controladores do espaço, pois perderam a credibilidade e o rótulo de imparciais.
Outra página na franja do Facebook também se presta a repassar propaganda política dissimulada. Trata-se do “Baixoa (sic) Corrupção”. No início, acha-se que é um fórum para o debate de um país mais republicano e transparente, voltado para o combate à corrupção em todas as suas formas e gêneros.
No entanto, prestando bastante atenção ao que é postado, vê-se que é mais um espaço de críticas ao atual governo. Tudo bem. Todos sabemos das lambanças do PT e de seus aliados. Ninguém vai se esquecer do “Mensalão”, dos “aloprados”, do populismo do Lula, da obsessão esquerdista pelo controle da mídia, do aparelhamento do Estado.
A pergunta que fica é: E o outro lado? Cadê as críticas às privatizações feitas a custo de banana e toque de caixa no período FHC? Cadê o escândalo da compra de votos para a aprovação do dispositivo que criou a possibilidade de reeleição também na gestão tucana? Cadê o dedo na ferida do socorro absurdo ao sistema bancário que FHC promoveu sem pudor algum?
Isso os amigos do “Baixoa (sic) Corrupção” não comentam, né? Fica a dica a vocês, usuários de redes sociais e visitantes de blogs. Sempre tem um espertinho disfarçado querendo influenciar suas atitudes e sua forma de pensar. Então, fiquem espertos e deem um unfollow nesses canalhas de moita. Ignorância é a melhor maneira de condenâ-los.

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