Quem não entende as mulheres não entende de jogos.
Mulher adora o elemento lúdico, por isso não é fácil compreendê-las. Para chegar
ao ponto final com elas, é preciso negociar, saber que elas usam as cartas das
mangas e todos os demais truques disponíveis. Mulher blefa o tempo inteiro, se
faz de difícil quando está muito a fim, se faz de desentendida quando já sabe
de tudo, finge indiferença diante de algo muito importante. Elas são assim,
jogam, enganam e induzem os homens a fazerem o que elas querem. Seria maldade
da parte delas? Não sei, prefiro acreditar que se trata de inteligência
emocional, de um desenvolvimento do QI do amor, após tantas frustrações e
mágoas.
Percebam que não estou comparando as mulheres aos
cafajestes. Estes jogam sujos, mentem descaradamente, fazem promessas com a
deliberada intenção de não cumpri-las. Mulheres são diferentes, elas não burlam
as regras, apenas as usam de uma maneira que os homens ainda não sabem. Elas
entendem melhor a dinâmica social do jogo, são mentalmente mais perspicazes e
planejam com mais apuro os próximos passos.
Sim, as mulheres não são mais as o “sexo frágil”, o
vale de lágrimas vitimado pelo machismo cafajeste de outros tempos. No fundo,
elas evoluíram, aprenderam com as quedas livres dos relacionamentos mal
sucedidos. Hoje, elas dão as cartas, editam as regras e decretam o resultado. Os
homens podem até estufar o peito, bancar a marra e pagar de fodões. Mas eles
sabem que estão ficando para trás, comendo a poeira das atletas do salto alto.
Isso acontece porque homem é óbvio, previsível e
unilateral. Seu código corporal já entrega as atitudes e as intenções, as
palavras apenas sublinham o que lhes atravessa o pensamento. Para uma mulher
inteligente ou bem vivida, é como ler as legendas de um blockbuster dublado.
Fácil demais. As mulheres vão além, elas
sabem embaralhar as cartas, esconder os ases e flertar com blefe. Elas sabem
provocar sem entregar, dizer sem expressar, sugerir sem pedir.
Diante disso tudo, os homens se encolhem, se
assustam, correm para o colo da mamãe. Em vez disso, deveriam evoluir também,
sair da casca do chauvinismo, aprender com o lado vencedor. Mas, no lugar da
lição, os homens continuam rastejando no sexismo, na macheza e na cafajestagem.
Mal sabem eles que as mulheres, a essa altura, estão morrendo de rir da crise
de identidade masculina e brincando com os instintos dos “machos-alfa”, tal qual
os felinos, que tripudiam do frágil roedor antes de devorá-lo.
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