Que tristeza, que dor de cabeça
Não sei se é o fim do mundo ou o pandemônio
Só sei que certezas não há mais
Não há mais o amanhã, a segurança do despertar
Tudo agora é nebuloso, turvo, tácito
Nada preside a providência da ação
Estamos ilhados, acéfalos, acrônicos
Estamos nos alimentando do próprio caos
Nos tornando células de nossas próprias células
Estamos canabalizando, banalizando o mal
E, assim, de assopro em assopro
Geramos o tornado letal, o vendaval
Que nos toma e nos tomba aos milhares
Não mais em dezenas e sim em centenas
Estamos em guerra, mas não com outra nação
Sim com nossa própria noção de civilidade
E, qualquer que seja o resultado, muito se sabe
Somos nós, brasileiros, os maiores derrotados
Ceifados pelas nossas próprias lanças
Destruídos por nossa própria sombra
Coveiros de nossa própria tumba
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