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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Descaminhos



Caminhar pelas trilhas da vida é um destino inevitável. O caminho abre-se perante nossas vistas e lá vamos nós palmitar cada milímetro de chão que nos separa de nossos sonhos. O problema é que cada um carrega consigo uma tragédia particular e intransferível. Cada um carrega as dores de sua própria cruz e de sua própria coroa de espinhos.
Descobrimos isso quando os descaminhos multiplicam-se como insetos ao redor da lâmpada. Descobrimos quando os descaminhos já não mais nos permitem enxergar o caminho. Descobrimos isso quando as dores eclipsam a saúde transcrita nos laudos médicos.
O que fazer quando esse destino amargo cada vez nos consome com mais fome e avidez? Atirar-se do penhasco, permitir que as moscas acampem em nosso corpo morto em vida? Não, parece que o único e inevitável caminho é continuar a caminhada, com o estoicismo e a obstinação de um Dom Quixote.
O caminho quer sempre ser desafiado e sempre nos desafia com suas obscuras e pérfidas crateras. Os sonhos talvez nunca se materializem, talvez os milagres não estejam no porvir pelo qual rezamos, talvez o caminho nunca tenha fim.
Ainda assim, continuemos a marchar, continuemos a acreditar em nossas próprias forças, continuemos, pois já aprendemos que não é preciso a nobreza de um faraó para alterar a história do Egito.

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