Fim de linha para Ronaldo “Fenômeno”. Não sei o que dizer sobre ele. Faltam-me palavras e sobram emoções antagônicas. O heroi de 2002 e o vilão de 98 vestem a mesma fisionomia. O rapaz franzino ganhou músculos vigorosos e os músculos tornaram-se gordura. As dores e as conquistas dividiram as manchetes e os holofotes com igual intensidade. A miséria conformou-se em invejável fortuna. Mas a riqueza não o tornou completo.
Ronaldo queria algo mais e o procurava nesse melancólico fim de carreira. Talvez fosse o brilho que um dia já teve. Talvez fosse a vontade de se firmar, em campo, no país que o forjou e tão cedo o lançou para o mundo. Talvez fosse a inevitável necessidade de se descobrir, de se descobrir além do futebol e da fortuna. Descobrir-se humano e vulnerável. Ronaldo fechou seu ciclo descobrindo que há limites e que não é possível superá-los para sempre.
Descobriu que por trás das cortinas há aplauso e reconhecimento. Há quem reconheça o quanto ele fez de belo com o talento que Deus lhe deu. Ronaldo descobriu que há vida após o futebol e que haverá sempre uma palavra e mil imagens para eternizar sua luta e sua genialidade.
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