O beijo é um ato tão antigo
quanto a humanidade (óbvia constatação, não é??). Beijos já selaram amores e
decretaram traições mundo afora. Beijos marcam nossas vidas e muitos momentos
se tornam especiais por conta deles.
Porém, vivemos uma época de
gratuidade, onde amores e valores significam muito pouco. Digo isso porque, em
tempos mais remotos, um beijo simbolizava amor, união, cumplicidade e paixão.
Hoje, ele tem se mostrado muito mais protocolar e banal do que qualquer outra
coisa. Beija-se muito na atualidade, mas há muito pouco de envolvimento e
sinceridade no gesto. É normal em uma mesma noite que se beije dezenas de
pessoas diferentes (algo que considero um verdadeiro suruba labial). A questão
é: quantos beijos realmente valeram a pena e demonstraram que havia de fato a
intenção de um envolvimento sexual e afetivo?
Eu não tenho a resposta, mas
imagino que muitos desses beijos de noitada nada mais são do que um modismo,
uma forma de se dizer descolado e moderninho. Eu sinto um pouco de pena por
essa geração beijoqueira e fugaz. Beijo é uma expressão, é um ato que
utilizamos para transmitir uma mensagem. Abrir mão disso é tirar todo sabor que
essa ação proporciona. E, desfazendo qualquer interpretação moralista do que eu
digo, não defendo que um beijo seja um poema, um ente amoroso. Não. Beijo pode
ser tesão, pode ser uma forma de se dizer a outra pessoa que alguém quer ir
para cama. Beijo pode ser um convite ao sexo ou uma rendição à beleza alheia.
Esse beijo é super válido. Condeno, de fato, é o beijo que não diz, o beijo que
se dá sem desejo, sem sentimento, sem nada. O beijo que fica só na estatística
do “quanta(o)s eu peguei ontem”.
Faço, de todo o coração, o
desafio para que cada um pense sobre o beijo e seus desdobramentos. Não se
trata de evitar ou economizar no ato, mas sim de fazê-lo por livre e espontânea
vontade, sem pressão de amigo(a)s sem noção ou de cálculos toscos. Fazer do
beijo uma tradução de suas preferências e de seus estilos, transformar um
encontro de lábios em um encontro de pessoas, é esse o convite que faço.
Beijem, mas beijem pela causa e não pelo efeito. Posso garantir que há muitas
surpresas e delícias escondidas sob o véu de um beijo sincero e apoteótico.
Experimentem, descubram, permitam-se.
Esse é um dos texto que vai entrar para os meus favoritos.
ResponderExcluirBem escrito,sem suas manias de palavras complicadas simples e objetivo..
Beijos
RL