Até onde vai... até onde chega?
Sua dor, sua cor, suas lutas, suas glórias?
O que faz você pensar que é tão especial e única?
Por que se acha a razão de ser de todo o mundo?
Você acha mesmo que todos se importam, no fundo?
Com suas preocupações, com suas selfies, com suas
dúvidas?
Desça desse abismo e venha para o futuro
Do lado de cá da trincheira a vida passa rápido
Tudo vem e tudo vai em um ritmo frenético e mágico
Mas nem tudo aqui é como em um conto, uma fábula
Quem desaparece nessa terra perigosa são pessoas e
destinos
Histórias e personagens, que jamais completarão
suas missões
Todos dizem que somos fadados à felicidade
Mas isso não se tem de uma fardada autoridade
Deveríamos ser todos autores autorizados
De suas próprias obras, de suas próprias vitórias
Mas algo está assim desconcertado
É como um ditongo interrompendo um hiato
É como madrugada dominando céu de um dia claro
Mas tudo passa, tudo sempre passará
Só não se demore demais nessa sua redoma de aço
Aqui, no assombro dos terráqueos, lá embaixo
Tudo acontece e nada aparece
Corpos são achados, mas o criminoso jamais julgado
É preso quem foi condenado
Mas não pelos crimes supostamente praticados
E sim por carregar no peito a aura de inimigo
declarado
Inimigo em uma guerra invisível, delirante
Em terras de bestiais ululantes
Marchamos para um enigma macabro
Porém, de pés descalços e peitos ao vento
Resistiremos e insistiremos
Por toda liberdade e por toda voz adormecida
Até mesmo aquelas caladas, perdidas
Por entre nuvens de likes e comentários on-line
Toda voz é viva e toda luta vale ser vencida
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