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terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Malditos felinos



Eu sempre fiz caretas para os gatos. Acho que são criaturas narcisistas, egoístas e extremamente indiferentes. A única vez na vida em que tive gato terminou mal, e rápido. O danado fugiu de casa sem dar pistas ou deixar rastros. Depois disso, só abrimos nossas portas para cães. E vieram muitos: Lady, Pamela, Kita, Raisha, Jeremias e, por fim, Furiosa. Todos bichos muito singulares entre si, mas bastante amáveis e zelosos. E assim minha vida se desenhou canina e muito feliz. Recentemente, porém, tive a chance de conhecer melhor dois bichinhos muito especiais. Jack e Zog (na verdade é Zig, mas eu chamo de Zog porque eu gostei do nome e para irritar a mãe dele, claro). Jack é um bebê ainda, mas muito arisco e ousado. Ele, mesmo bem vigiado, se pendura em beirais, faz estripulias e se aventura nas cobertas e varandas dos prédios vizinhos. Praticamente um ginasta peludo ou então um adepto do parkour. O Zog é outro esquema. É criado bem solto, com a porta de casa entreaberta para sair e voltar quando quiser. Ele passa noites fora e dias inteiros sonecando na superfície de um sofá bem macio. É manhoso e agarrado com a mãe, como não costumam ser esses bigodudos. Quase um cachorro que mia, como bem define sua cuidadora. Demorei para  me permitir. Mas esses felinos me ganharam. Primeiro, com alguns miados tímidos. Depois, com a ousadia de quem me sobe os ombros como se papagaio fosse. Ainda prefiro os cães, mas sem dúvidas o Jack e o Zog me fizeram olhar para esses bichinhos um pouco menos desconfiado e bem mais apaixonado. Eles venceram, enfim. Malditos felinos.


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