Diz o ditado que tudo pode ficar pior do que está. Portanto, nada de reclamar da vida e blasfemar contra os deuses. Não há desastre que seja o fundo do poço, sempre existem alguns quilômetros abaixo do fundo, como se fosse uma espécie de pré-sal da catástrofe. Vejam, por exemplo, a Dilma. O câncer parecia ser a pior coisa que aconteceria, mas, então, surgiu a Lina.
Em verdade, meu assunto é o mundo da F1. Mais precisamente, a ética e a esportividade. Quando nos tempos de Ferrari, o Rubinho abria a porteira para o alemão subir no topo do pódio, ficávamos horrorizados. Quando Rubinho ajustava o carro para Schumacher voar pelos circuitos, sentíamos repulsa dos métodos maquiavélicos dos ferraristas.
Depois, veio a McLaren com sua espionagem. O Alonso, um santinho, contribuiu com as investigações, mas tudo pelo jogo limpo, tudo por puro espírito esportivo.
Agora, quando nada mais parece ser capaz de nos escandalizar, quando parece que já havíamos atingido o fundo do poço em relação à imoralidade e às condutas condenáveis, surgem a Renault e o caso envolvendo um suposto acidente proposital de Nelsinho Piquet para beneficiar o “Príncipe das Astúrias”.
Alonso, quem mais lucrou com o “acidente”, diz que não sabia de nada. Que bonitinho. Repetiu o Lula e sua ignorância em relação ao público e notório Mensalão.
Já o Nelsinho, quem diria, mesmo tendo crescido junto a um tricampeão e em meios aos bólidos mais velozes do mundo, foi incapaz de entender o quanto participar de uma trapaça pode ser desastroso para si e para o seu sobrenome. Além disso, é de uma estupidez colossal tomar partido em uma atitude que, mal sucedida, poderia levá-lo à morte ou a um estado de invalidez irreversível.
O Briatore, um verdadeiro Hades da F1, não me surpreende. Vindo dele, espero as atitudes, as táticas e os ardis mais desonestos, mais hediondos, mais perniciosos. Nada importa para ele, a não ser as prostitutas, luxuosas e luxuriosas, e o dinheiro advindo de vitórias e títulos. Não são importantes custos e perdas, valores e comportamentos, o resultado, na miopia briatoriana, é o começo e o fim de tudo, é a esfera onde se esgota todo o processo dialético.
Claro que todo esse meu raciocínio é na hipótese dessa farsa ser mesmo verdadeira. Os fatos e os dados, por enquanto, não autorizam que se veja outro tipo de explicação para todo o ocorrido. Infelizmente, Nelsinho, Alonso e Briatore são farinha do mesmo saco, produtos estragados de uma mesma linha de fabricação.
Se confirmado tudo, Briatore e Nelsinho merecem ser banidos do esporte. Afastados das disputas e das pistas, onde não possam mais fazer mal ao esporte e a ninguém.
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