A sorte está lançada. A Copa vai começar. Nossos rostos corpos se ornamentam do dourado que cobre nossas cavernas e do verde que alegra ricas florestas. O Brasil se une institucional. A vibração nacional se funde em um clima de festa, é o carnaval que renasce no mesmo ano de seu óbito. Um fato raro. Que só se reedita de quatro em quatro anos.
Um sentimento que nos faz esquecer as decepções amorosas e as tragédias políticas. Não elegemos as Marinas, as Dilmas e os Serras. Nossos votos são para o Kaká, o Luís Fabiano, o Júlio César e o Ronaldinho Gaúcho (uma pena não vê-lo na África). Tornamo-nos muito mais coração do que cabeça e estômago. Choramos feito crianças quando aquela bola indefensável não entra ou quando aquela bola previsível se traduz em gol. Sorrimos e nos abraçamos no fim do jogo, quando vitoriosos e brasileiros ocupam um mesmo lado da fronteira. Carregamos a taça da Copa, do vinho, do amor. Construímos a esperança de um país melhor, tão auspicioso quanto aquele que vemos nos gramados triunfante. Enterramos nosso mau humor e damos boas-vindas ao beija-flor.
Enfim, inaugura-se a época de encarnamos Baco e entregarmo-nos ao deleite dos estádios e do extracampo. Se bem que, com ou sem bola, nosso jogo nunca acaba. Ser brasileiro é viver uma final de Copa todos os dias.
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