Quem já foi ver “Somos
tão jovens” deve ter se deparado com sensações contraditórias ao longo do
filme. A narrativa que retrata o início da carreira musical do querido Renato
Russo derrapa na falta de ousadia e de, digamos assim, pegada cinematográfica.
Os críticos mais
vorazes escreveram que faltou ambição, como se o filme fosse feito para
domesticar e adular os fãs da Legião Urbana. Não há questionamentos, novidades
ou choques de realidade sobre a história em que se construíram os caminhos da
banda mais decantada do cenário musical brasileiro. Os mais exagerados chegaram
a comparar o filme com capítulo da novelinha “Malhação”.
A verdade é que há
mesmo algo insosso no filme. Talvez o roteiro, talvez a falta de profundidade
com que os personagens são retratados, incluindo o próprio Renato. No entanto,
é importante destacar também que as interpretações, se não são exemplares,
também passam longe do vexatório. Além disso, as execuções das músicas “legionárias”
são lindas e muito bem interpretadas. Também vale frisar que o filme traz o gosto da
época em que a história é contada. Parece que estamos mesmo na década de 70,
convivendo com as aflições do jovem poeta incompreendido. Outro detalhe bacana
demais é a presença constante das conexões musicais e influências artísticas de
Renato. Isso dá um tempero especial e ajuda a entender como surgiram os hits
catárticos do grupo.
Em resumo, não é
uma obra-prima nem algo que desperte a curiosidade por parte de quem desconhece
ou não gosta da banda. No entanto, para os fãs é dever de casa, pois ali estão
preciosas paisagens que ajudaram a constituir uma parte importante do moderno
cenário musical brasileiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário