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quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Tímido poema



Límpida criatura vaga
Meus olhos lhes espreitam, misteriosos
Como quem com fogo brinca
Como quem divaga diletantemente sobre o nada
Mas você é o oposto do nada
Você é o aposto de toda imensidão visual
Tenho lábios para beijos lhe enviar
Tenho mãos para as suas segurar
Tenho ouvidos para seu brado escutar
Meus sentidos são todos para lhe perceber
Essa poesia é o que dedico para minha vida
Que é você e sempre será
Sou vassalo de seus desejos
Sou soldado de seus ímpios comandos
De mim, tem todos os luxos e luzes
Para mim, atiça envolvente sedução
Suas pernas bailam para me ganhar
Seu corpo em ondas marinhas e vivas
Hipnotiza, magnetiza, polariza
E fico aqui, no fim desse tímido poema
Experimentando o dissabor da distância
Vendo outra atmosfera tomar seu ar
Enquanto cá me ligo ao glacial aéreo
Que me toma os poros e os cômodos da sala

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