“... E se a TV estiver fora
do ar quando passarem os melhores momentos da sua vida? ...”
Essa frase faz parte da
linda letra da música “Parabólica”, assinada pelo genial Humberto Gessinger.
Pode parecer exagero (alguns acham mesmo que o é), mas sempre digo que esse cara
seria cultuado como um beatle se tivesse composto suas letras em inglês.
Não, não é um defeito ele
ter escrito em português, o erro é nossa língua não ter o prestígio internacional
que merece. Espero que a ascensão geopolítica do Brasil possa ajudar a mudar um
pouco esse cenário.
Todavia, devo me ater ao
assunto que originou esse texto: os melhores momentos de nossas vidas.
Muitos já vieram e muitos
ainda virão, mas, do traslado passado-presente, o que já pode ser catapultado à
condição de melhores momentos da vida? O que faz alguns momentos mais especiais
do que outros?
Discussão árdua e repleta
de subjetividade essa, não é? Até porque alguns sempre elegerão fatores
profissionais como “melhores momentos”, enquanto outros voltarão seu foco mais
para questões íntimas. Eu fico com o meio termo, um pouquinho de cada lado.
E, se for mesmo para
mergulhar nessa aventura de memórias e recordações, acho que dá para puxar
alguns episódios que foram marcantes em minha vida. Não vou falar de primeiro
beijo e primeira vez porque os considero ritos de passagem e não momentos que
foram realmente tão bons assim. Foram, no máximo, um alívio.
Entretanto, posso citar
minha aprovação no vestibular de Comunicação Social (UFJF), depois de um ano
inteiro estudando de seis a oito horas por dia. Foi significativo, embora eu
não tenha comemorado tanto quanto a ocasião merecia (particularidades de um nerd, vocês entendem, né?). Posteriormente, também é muito importante lembrar dos sufocos e da correria de faculdade, onde conheci pessoas incríveis como Chantal Cekiera, Léo Aguiar, Maria Izabel, Pri Pinheiro, Ludmila Noronha, Renata Xavier e por aí vai.Também me orgulho muito de ter conseguido
minha habilitação para dirigir. Foi difícil e desafiador. Voltando ao campo
profissional, posso falar sobre a convocação para o meu atual emprego, uma
benção, após realização de concurso. Alegria ainda maior se deve ao fato de ser
em uma instituição pela qual tenho tanto carinho, uma instituição que
participou da minha formação em todos os sentidos.
Vem à memória o
desprendimento que me permitiu dizer “Vai lá e construa seus sonhos por nós”,
quando uma pessoa que amei partiu para uma jornada de autoconhecimento. Enche meus olhos até hoje quando também me
lembro de que meu querido e saudoso vô Vair insistia para que eu não deixasse
nunca de estudar. É especial ainda lembrar quando alguém me disse “Não queria
que você fosse embora”. Realmente não fui. Outro momento único foi conseguir
beijar uma garota de quem fui amigo por mais de 10 anos, em uma noite em que
muitos tentaram roubá-la de mim. Seria mortal não citar o momento em que disse “A
gente bem que podia namorar” para a minha querida Fernanda Rocha (Fê). Nem
preciso dizer se ela aceitou ou não a sugestão, né? Outro episódio que acho
lindo (embora doloroso) foi quando chorei na calçada por um amor não
correspondido. Foi necessário para entender o que é o amor, o que é amar e como
lidar com os espinhos dessa emoção.
Sinto-me obrigado a apontar
ainda o júbilo de criança com brinquedo novo que experimentei ao comprar meu inseparável “Sayd” e as
noites insones escrevendo meus tesouros, entre eles “Tempo Perdido” (título
provisório) que vocês podem ler parcialmente aqui no blog, ou bebendo com
personagens impagáveis no finado “Bar do Carlinho”, bem ali na esquina entre as
ruas Barão de Cataguases e Santo Antônio.
Existem ainda muitos
acontecimentos felizes da infância, com meus pais (Braz e Eva), meus irmãos
(Orlando, Juliana, Jaílson e Davi) e meus primos. As descobertas da
adolescência nas ruas do bairro Cascatinha (Juiz de Fora-MG), ao lado de
grandes parceiros como Cabeça, Edu, Bruno “Babalu”, Ricardo “Bunda”, Cota,
Júnior, Fred, Guedes, Gilbertão, André “Bigode” e tantos outros que, com
pedidos de desculpas antecipados, aqui não cito por razão de espaço.
E os filhotes? Explodem nos
pensamentos as vezes em que estive ao lado dos meus xodós Pedro e Larissa
(sobrinhos-filhos, porque hoje os tios são muito mais do que tios, são pais
emprestados e amigos de infância). Que gostoso é lembrar também dos nossos
bichinhos: a Lady, a Paminha, a Akita, a Raishona e, por fim, o Mias (esse
ainda muito vivo e ativo, um autêntico comilão de plantas e roupas de varal).
E os gols nas peladas? Cada
um deles merece um brinde, isso porque aconteceram mesmo sendo eu um zagueiro
estilo “arranca-toco”. Também posso citar minhas defesas da época de goleiro,
com direito a impedimentos de gols de caras como Léo Aleixo (hoje jogador de
futsal profissional) e os juniores do Tupi, em uma oportunidade que tive de
treinar lá.
São muitos momentos e
muitas pulsações. Ri, chorei, me desesperei, acalmei a mim e a muitos. Uma vida
tão pequena e tão pródiga em lembranças.
Enfim, acho que dá para
dizer: os melhores momentos de nossa vida são justamente o fato de termos
melhores momentos em nossas vidas. Nunca é tarde para colecioná-los. Vamos a
eles!!!!