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sexta-feira, 4 de maio de 2012

Melhores momentos


“... E se a TV estiver fora do ar quando passarem os melhores momentos da sua vida? ...”


    Essa frase faz parte da linda letra da música “Parabólica”, assinada pelo genial Humberto Gessinger. Pode parecer exagero (alguns acham mesmo que o é), mas sempre digo que esse cara seria cultuado como um beatle se tivesse composto suas letras em inglês.

   Não, não é um defeito ele ter escrito em português, o erro é nossa língua não ter o prestígio internacional que merece. Espero que a ascensão geopolítica do Brasil possa ajudar a mudar um pouco esse cenário.

   Todavia, devo me ater ao assunto que originou esse texto: os melhores momentos de nossas vidas.

    Muitos já vieram e muitos ainda virão, mas, do traslado passado-presente, o que já pode ser catapultado à condição de melhores momentos da vida? O que faz alguns momentos mais especiais do que outros?

   Discussão árdua e repleta de subjetividade essa, não é? Até porque alguns sempre elegerão fatores profissionais como “melhores momentos”, enquanto outros voltarão seu foco mais para questões íntimas. Eu fico com o meio termo, um pouquinho de cada lado.

    E, se for mesmo para mergulhar nessa aventura de memórias e recordações, acho que dá para puxar alguns episódios que foram marcantes em minha vida. Não vou falar de primeiro beijo e primeira vez porque os considero ritos de passagem e não momentos que foram realmente tão bons assim. Foram, no máximo, um alívio.

   Entretanto, posso citar minha aprovação no vestibular de Comunicação Social (UFJF), depois de um ano inteiro estudando de seis a oito horas por dia. Foi significativo, embora eu não tenha comemorado tanto quanto a ocasião merecia (particularidades de um nerd, vocês entendem, né?). Posteriormente, também é muito importante lembrar dos sufocos e da correria de faculdade, onde conheci pessoas incríveis como Chantal Cekiera, Léo Aguiar, Maria Izabel, Pri Pinheiro, Ludmila Noronha, Renata Xavier e por aí vai.Também me orgulho muito de ter conseguido minha habilitação para dirigir. Foi difícil e desafiador. Voltando ao campo profissional, posso falar sobre a convocação para o meu atual emprego, uma benção, após realização de concurso. Alegria ainda maior se deve ao fato de ser em uma instituição pela qual tenho tanto carinho, uma instituição que participou da minha formação em todos os sentidos.

   Vem à memória o desprendimento que me permitiu dizer “Vai lá e construa seus sonhos por nós”, quando uma pessoa que amei partiu para uma jornada de autoconhecimento. Enche meus olhos até hoje quando também me lembro de que meu querido e saudoso vô Vair insistia para que eu não deixasse nunca de estudar. É especial ainda lembrar quando alguém me disse “Não queria que você fosse embora”. Realmente não fui. Outro momento único foi conseguir beijar uma garota de quem fui amigo por mais de 10 anos, em uma noite em que muitos tentaram roubá-la de mim. Seria mortal não citar o momento em que disse “A gente bem que podia namorar” para a minha querida Fernanda Rocha (Fê). Nem preciso dizer se ela aceitou ou não a sugestão, né? Outro episódio que acho lindo (embora doloroso) foi quando chorei na calçada por um amor não correspondido. Foi necessário para entender o que é o amor, o que é amar e como lidar com os espinhos dessa emoção.

   Sinto-me obrigado a apontar ainda o júbilo de criança com brinquedo novo que experimentei ao comprar meu inseparável “Sayd” e as noites insones escrevendo meus tesouros, entre eles “Tempo Perdido” (título provisório) que vocês podem ler parcialmente aqui no blog, ou bebendo com personagens impagáveis no finado “Bar do Carlinho”, bem ali na esquina entre as ruas Barão de Cataguases e Santo Antônio.

    Existem ainda muitos acontecimentos felizes da infância, com meus pais (Braz e Eva), meus irmãos (Orlando, Juliana, Jaílson e Davi) e meus primos. As descobertas da adolescência nas ruas do bairro Cascatinha (Juiz de Fora-MG), ao lado de grandes parceiros como Cabeça, Edu, Bruno “Babalu”, Ricardo “Bunda”, Cota, Júnior, Fred, Guedes, Gilbertão, André “Bigode” e tantos outros que, com pedidos de desculpas antecipados, aqui não cito por razão de espaço.

    Ainda devo muitos momentos agradáveis ao meu “quinto irmão” Markin Larcher, nesses 13 anos que temos de verdadeira amizade. Uma citação especial também tem de ser feita a família que formei no serviço de pré-impressão da Esdeva Indústria Gráfica. Já dediquei um post a eles (http://blogdodanwinchester.blogspot.com.br/2010/05/tinta-que-nunca-sai-do-coracao.html), mas vale sempre a pena rememorar.

    E os filhotes? Explodem nos pensamentos as vezes em que estive ao lado dos meus xodós Pedro e Larissa (sobrinhos-filhos, porque hoje os tios são muito mais do que tios, são pais emprestados e amigos de infância). Que gostoso é lembrar também dos nossos bichinhos: a Lady, a Paminha, a Akita, a Raishona e, por fim, o Mias (esse ainda muito vivo e ativo, um autêntico comilão de plantas e roupas de varal).

   E os gols nas peladas? Cada um deles merece um brinde, isso porque aconteceram mesmo sendo eu um zagueiro estilo “arranca-toco”. Também posso citar minhas defesas da época de goleiro, com direito a impedimentos de gols de caras como Léo Aleixo (hoje jogador de futsal profissional) e os juniores do Tupi, em uma oportunidade que tive de treinar lá.

   São muitos momentos e muitas pulsações. Ri, chorei, me desesperei, acalmei a mim e a muitos. Uma vida tão pequena e tão pródiga em lembranças.

   Enfim, acho que dá para dizer: os melhores momentos de nossa vida são justamente o fato de termos melhores momentos em nossas vidas. Nunca é tarde para colecioná-los. Vamos a eles!!!!

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