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quarta-feira, 27 de março de 2013

Só mais uma noite



“Eu procurei em outros corpos encontrar você
Eu procurei um bom motivo pra não, pra não falar
Procurei me manter afastado
Mas você me conhece eu faço tudo errado, tudo errado...”
Quem me dera em outros corpos encontrar seu cheiro e seu jeito, em outra mulher encontrar você. Quem dera me saber o que fazer e nunca mais perder você. Mas não tem jeito, afastado ou perto, eu faço tudo errado e, se erro, é porque sempre tento encontrar você, até mesmo quando você não está aqui. Esse é meu erro, procurar você por todos os lados.
“Fim de semana, eu sei lá, vou viajar
Vou me embalar, vou dar uma festa
Eu vou tocar um puteiro
Eu vou te esquecer, nem que for
Só por uma noite
Só por uma noite
Só por uma noite
Só por uma noite..."
Foi só uma noite, foi só uma noite. Foi isso que me repeti o tempo todo. Era para te esquecer, curtir a vida, cair na putaria. Mas não deu. Você esteve lá em cada momento, em todos os pensamentos. A bebida e o barato não me tiraram você. Tudo o que faço, no fim, me leva a você, ainda que não seja do que jeito que eu quero, mas do jeito que mereço. Eu realmente faço tudo errado.
“Mas só de ouvir a sua voz
Eu já me sinto bem
Mas se é difícil pra você tudo bem
Muita gente se diverte com o que tem
Só de ouvir a sua voz
Eu já me sinto bem
Mas se é difícil pra você tudo bem
Quando a gente se diverte com o que tem
Se diverte com o que tem
Só por uma noite...”
Sua voz me faz tão bem. Você me traz tanta coisa boa. Mas tudo bem, sei que é difícil. Eu fiz tudo errado, troquei o inteiro por um pedaço, a chance de você por perto por algo que é só incerto. Não dei a você a chance de me perdoar, esmaguei o seu tempo com meu espaço, abafei seu sofrimento com meus pecados. Eu me diverti com o que tive e talvez tenha perdido assim aquilo por que se vive. Eu fiz tudo errado.
“Eu procurei abrir os olhos e enxergar você
Eu procurei um bom motivo pra não, pra não estar lá
Eu procurei me manter afastado
Mas você me conhece eu faço tudo errado, tudo errado...”
Nem precisei abrir olhos. Só enxergava você. Talvez por isso fosse preciso um bom motivo para não estar lá. Eu procurei ficar afastado, longe do seu silêncio, do meu sofrimento. Ainda bem que você me conhece, eu fiz tudo errado. Mas fiz porque tinha que ouvir a sua voz para me sentir tão bem. Pelo menos, dessa vez tinha que escutar você e dizer adeus. Você sabe que talvez eu não estivesse mais ali. Afinal, eu faço tudo errado e faço porque sempre quero você do meu lado. Lado errado.

terça-feira, 26 de março de 2013

Linhas do agora



A mudança vem do ato, a palavra é só vento que empurra o barco. Embarque, navegue, mas também sossegue porque a vida é feita de chegadas e partidas. Não esqueça: tudo tem preço, nem caro, nem barato. Tudo tem um destino, mesmo que esteja em desatino. Não tenha pressa, mas se apresse porque a Terra nunca para e a necessidade nunca cessa. Desejos são bons, mas não o suficiente para atingir a felicidade. 

Ser feliz, de fato, é construção. É trabalho operário, de formiguinha. Assim sendo, edifique cada minuto de sua vida com atitudes que representem quem você é. Não espere por milagres ou fórmulas mágicas. Não se preocupe em agradar ninguém além de si próprio e aqueles a quem ama. No final, só restará de si aquilo que você mesmo projetou no passado. Seu presente terá a cara e o corpo que você formata a partir de hoje. 

Quer mais de você, quer um futuro promissor? Esta é a hora: mãos à obra e pé na tábua. O final feliz começa a ser escrito nas linhas e entrelinhas do agora.

Viajante



Vou fazer uma viagem
Vou carregar na minha bagagem
Páginas em branco e canetas coloridas
Vou documentar a tudo que assisto
Vou levar também um par de virgens
Pra me divertir nas noites de luar
Algumas garrafas de vodca também vão
E não vão deixar a sanidade me embriagar
Vou carregar cartas do passado
Assim vou ter lembranças de onde parti
Chorar as mágoas que me fazem rir
Os livros me alcançam na estrada
Eles querem animar minha jornada
Também trago charutos importados
Que distração os amargos tragos
Não vou esquecer das fotos-família
Dos entes que à distância amamos
E as fotos das antigas folias
Dos amores que desperdiçamos
Não pode faltar um par de botas
Casulo dos meus pés cansados
E um bom perfume, pois na penumbra
Vespa reluz que nem vagalume
Ainda deu tempo de pegar o sal
Vou temperar a comida
Mas de comida posso chamar muito mal
O tal de miojo que afivelo na mala
O troço fica em cima de uma cueca furada
E uma meia meio usada, esfarrapada
Agora, não levo, não levo mesmo
Celular, bateria ou notebook
Não quero amolação nem cutuque
Quero me perder e não ser achado
Achar um tesouro ou um navio
Ser pirata, louco vadio
Caçar aventuras, pilhar agruras
E tomar nos braços aquela beleza
Rica, noviça, movediça
Que me arranca o miocárdio
Com lábios de leoa
E predicada curvatura

terça-feira, 19 de março de 2013

Para(béns), meu amor!!!


Hoje é seu dia, Amor. Dia de lembrarmos de você, de lembrarmos o quanto a Fê é especial e querida.
Todos os dias, penso em você, todos os dias, quero você. Hoje não é diferente. É apenas mais especial e mais intenso.
Hoje é um dia em que penso o quanto e como estamos juntos. Tanto tempo, tanta luta, tantas alegrias. E saber que ainda temos muito mais pela frente.
Hoje é seu dia, mas o presente é meu. Afinal, você é meu sorriso e encantamento. A pessoa que traz alegria até quando algo me entristece.
Com você não tem tempo perdido nem tempo desfeito. Com você, todo tempo é válido e infinito. Tudo é pleno e faz todo sentido.
Podemos ter um cachorro ou um nenê. Um apartamento ou um sonho de vida. Podemos ter tudo porque somos tudo de que precisamos.
Quero um pouquinho de você, por agora e para sempre. Quero um pedacinho desse sorriso que sei que é só meu.
Quero minha Fê, minha fé e essa sinergia. Não tenho pressa, mas com você quero ir logo só pra poder começar tudo de novo.
É simples e difícil, gostoso e complicado. É um pouquinho de cada um que carregamos nesses corações onde não cabe o vazio.
Somos tão Fê e tão Dan. Somos uma fatia de algo que é e sempre será muito bom.
Te amo, Fê. No seu dia, nosso dia, sei que é muito especial ter você em meus dias e fantasias. E só posso agradecer e querer ainda mais essa doce melodia em nossas noites de amor sem igual.
  Do seu Dan!!!!

Alma de bastardo



Seu olhar dissimulado, vadio
Traz de mim desejos e calafrios
Você me provoca e me joga
No espinhos da desilusão
Quando me ignora, me isola
Magnetiza meu coração


Esse desprezo é regalo
Prova de amor e carinho
Um sabor a que me calo
Por sempre me fazer sozinho
Ateando-me sombras e escuros
Domesticando meus inseguros


Ter você tão perto-longe
É ter mais do que sofrer
É viver feito monge
Na devassidão do querer
Sou assim imenso felizardo
Por reviver em alma de bastardo

Paradoxalmente Anna Júlia


“Quem te vê passar assim por mim
Não sabe o que é sofrer.
Ter que ver você assim sempre tão linda.
Contemplar o sol do teu olhar, perder você no ar
Na certeza de um amor
me achar um nada,
Pois sem ter teu carinho
eu me sinto sozinho
eu me afogo em solidão...
Oh Anna Juliaaaaa (2x)...”
            Confesso. Apesar de Anna Júlia ser uma balada bem chatinha, eu adoro essa música. Posso ouvir várias vezes em um mesmo dia, mas claro que não todos os dias. Já meu irmão Davi odeia, não só a música, mas também a banda Los Hermanos. Faz parte. Afinal, Anna Júlia encheu o saco durante um bom tempo, foi uma espécie de Ai se te pego do inicio dos anos 2000.
            Bom, quero explicar porque gosto dessa música e também porque ela me representa um paradoxo. Acho que Anna Júlia começou a ser escutada nas rádios em 1999. Nessa época, eu era um cara um pouco frustrado com minha, digamos assim, carreira amorosa. Mesmo relativamente jovem (tinha lá meus 17 anos), já acumulava naquele tempo duas paixões não correspondidas que doíam fundo na alma. Então, temos um cara que pegava quase ninguém, com um coração eivado de frustrações sentimentais e, de repente, ele ouve Anna Júlia. Voilà. Identificação imediata e irrestrita. Foi assim que essa maldita Anna Júlia entrou na minha vida, começando pelos ouvidos, antes de contaminar todo o resto.
            Porém, o tempo passou e eu fui pegando o “jeitinho” com as garotas, ficando um pouco mais esperto e honesto nas minhas relações. Ainda assim, não parei de gostar nem de escutar a música. Estava lá no meu playlist, misturada com Engenheiros, Legião, Paralamas, Nirvana e outras coisas.
            Em 2001, lá estávamos no carnaval de São João Nepomuceno e o que tocava junto com os axés? Anna Júlia, this fucking bitch always everywhere. Não teve jeito: bêbados, solteiros e desajuizados, cantávamos Anna Júlia como se fosse um hino de nossa liberdade amorosa.
            Liberdade amorosa? Opa, peraí. Tem alguma coisa errada. A música é um mela-cueca danado, fala de um zé mané que fica sofrendo por conta de uma garota que o rejeita, como isso pode ser hino de liberdade amorosa, embalar a folia onde a pegação come solta, onde ninguém é de ninguém? Pois é, mas foi exatamente isso que aconteceu. Anna Júlia abençoou muito amor de carnaval, muita curtição sem compromisso.
            Então, para dessacralizar de vez Anna Júlia, alguém teve a brilhante ideia de chamar todas as garotas que se conseguisse beijar de Anna Júlia. Simples assim: a garota beijou um cara da turma, virou Anna Júlia. Isso era bom porque brincava com a música e ainda nos livrava de decorar nomes que o álcool nos fazia esquecer.
            No final do daquela folia, ninguém aguentava mais a Anna original nem as genéricas. E assim construiu-se o paradoxo: a Anna dos virgenzinhos virou a musa dos pegadores. Anna do amor infinito para o tesão libertino. E assim foi até a quarta-feira de cinzas: quando as duas versões da mesma Anna Júlia pulverizaram nas vidas que voltavam ao normal.
            Mais uma confissão: quando bate uma saudade daqueles tempos e daquela galera, não tem jeito: ressuscito a finada Anna Júlia e coloco o Camelo pra cantar aquela música que, alguns dizem, ele tanto detesta.

Quem quiser pode curtir essa versão ao vivo no link ao lado, que está muito bacana => http://www.youtube.com/watch?v=JU9xbeQOUCw

segunda-feira, 11 de março de 2013

Na atividade, no amor



Eu penso e faço
As coisas importantes da vida
Estão do lado de dentro da ferida
Faça sol, faça chuva
A gente não se entrega , não se rende
Na porrada e na ternura
A ordem é seguir sempre na luta
Acreditando na gente, no amor
No amanhã que se transforma no hoje

Não tô nem aí, não ligo pra nada
Com você por perto, meu limite é incerto
Confesso que às vezes tenho medo
Aí penso em você e meto o pé
Na porta, na insegurança e no mal
A conquista é a liberdade
Que vem com a cara queimada
Nada vem de graça, nada é fumaça
Se a gente não der o soco, não tem troco

Então, vamo que vamo
Colocando potência na sola da alma,
Viajando pelas esquinas da vida
Guerreiro que é guerreiro
Bate geral e não dá mole
Só com você é que amoleço
E me entrego a algo que eu mereço

Vamo que vamo
No amor e na encrenca
Metendo a peia sem dó
Fazendo a intolerância virar pó
E acreditando que a gente vai
Deixar pro moleque um mundo melhor
Com guerras e glórias a remar
Onde a terra vira mar
E o mar, verdadeiro amor


sexta-feira, 8 de março de 2013

Força mulher


















Ser mulher é ser forte
Forte de sentimentos e necessidades
É ir além dos clichês, dos tabus
Produzir uma nova realidade
Exercer obrigatória personalidade
Viver as regras que quiser seguir
Ter um código e uma conduta
Fazer aquilo que tiver vontade
Chorar porque faz sentido
Sorrir quando tudo é um mar de perigos
Mulher é ir além do feminino
Ascender o masculino
E reafirmar o divino

É ser estrela e constelação
Desmistificar criador e criatura
Florescer alegrias em horas de sepultura
Inspirar as Helenas e as Madalenas
Ser mulher é ser tudo
É ser a porta aberta para o Destino
Um livro de páginas amarelas
Uma história a ser conquistada
Com um final de mais puro lirismo

quarta-feira, 6 de março de 2013

Os loucos choram



           Chorão morreu. Com ele, morre também a banda Charlie Brown Jr. e um pedacinho dos anos 90. Nessa década, tudo foi muito marcante para mim e o primeiro contato com Transpiração Contínua Prolongada (primeiro álbum dos caras, se não me engano) não podia ser diferente. Não era um som inovador, mas era música de pegada e atitude, um verdadeiro exercício da rebeldia adolescente. Não teve jeito: quase todos da minha geração se apaixonaram por aquela sonoridade politicamente incorreta.

            Em 1999, no stress dos meus estudos para o vestibular de Comunicação Social da UFJF, escutar “Zóio de Lula” era terapêutico. Derramava-me esperança de que, depois daquela correria toda, eu teria ainda uma vida inteira pela frente para curtir.

            No final de 2000 (tenho quase certeza de que foi em 2000 mesmo), a banda veio a Juiz de Fora e fui ao show, com meu parceiro Markin Larcher. Confesso que, do show mesmo, vi muito pouco (bebidas e garotas eram nossa prioridade naqueles tempos), mas valeu a pena escutar alguns dos hits que eu tanto amava. Claro que cantei “Zóio” a plenos pulmões.

            A vida seguiu seu curso (arranjei namorada, me formei, consegui emprego), mas duas coisas mantiveram-se intactas: meu apreço pela banda e minha amizade com o Markin.

            Então, já em 2008, os caras tinham apresentação marcada para JF. E não é que fomos? Fomos e curtimos muito os sucessos antigos, os atuais e os que ainda estavam nascendo. Chorão demonstrava maturidade, estava mais família, embora ainda tivesse aquela velha energia rebelde. Observando bem, não é que nós também estávamos assim: maduros e rebeldes? Conscientes de nossa responsabilidade, mas, ao mesmo tempo, com aquela vontade de mudar o mundo e fazer diferente?

            Infelizmente, esses shows serão, daqui para frente, uma lembrança bacana (mas também amarga) de tempos que nos transformaram. O pior mesmo, porém, será ficar com essa sensação de orfanato musical. É natural que se morra, pois a vida exige isso. Porém, já não temos mais artistas como Cazuza, Renato Russo, Cássia Eller, Tim Maia, Raul Seixas... Até mesmos os Mamonas Assassinas fazem uma falta terrível.

            Isso nos deixa carentes de boa música; forma-se uma lacuna que não pode ser preenchida. Além disso, essa nova geração, colorida e monossilábica, é decepcionante. Choraremos muito pela ausência da sagacidade poética de um cara cujo “coração batia na sola pé”. Mas, no fim das contas, valeu demais por tudo, CB Jr. Essa banda e esse choro jamais serão esquecidos.

“...Você deixou saudade...”

Show do CB Jr. (JF/2008 (estivemos lá)

sexta-feira, 1 de março de 2013

Limitless


                   
                   Esse é nome do longa-metragem - nem é novo, foi lançado em 2011 - que me fez pensar em muitas possibilidades malucas nas últimas horas. Resumindo, trata-se de uma história sobre um escritor, Eddie Morra (Bradley Cooper), que, em meio a uma crise criativa, acaba conhecendo um poderoso narcótico que permite acessar 100% de toda a capacidade cerebral humana.

                Com seus neurônios funcionando plenamente, Morra consegue enriquecer facilmente, mas, ao mesmo tempo, se envolve em um cipoal de enrascadas que pode até lhe custar a vida.
             
             Enfim, é um filminho bem legal. Vale a pena ver com a namorada ou peguete. Mas o pensamento é inevitável: o que faríamos se uma droga assim caísse em nossas mãos?

                Admito que eu tiraria vantagem, até porque esse é o propósito da substância: dar a quem toma projeções cognitivas sobre as demais pessoas. Porém, eu seria mais discreto que o Morra, levaria as coisas de uma maneira mais tranquila. Em outras palavras, escreveria meus livros, me mudaria para algum lugar sossegado e jamais deixaria que descobrissem sobre essas pílulas mágicas.

                E vocês? O que fariam com esses engenhosos comprimidos? Descobririam a cura do Câncer, aproveitariam para passar no concurso público mais concorrido, resolveriam os grandes mistérios da História, dissecariam os padrões que regulam as bolsas de valores? São tantas possibilidades que dá para surtar só de ficar imaginando.

                Aí, me vem outro pensamento: já que não temos essa química em favor de nossas sinapses, o que fazer para vermos nossos sonhos realizados? Só vejo uma resposta: foco e dedicação. Trabalhar e planejar em torno daquilo que almejamos. É isso que consigo receitar. Mas já que estamos falando de atalhos, aí vai um: antes de estudar ou trabalhar em algo promissor, fechem os olhos e imaginem que uma pílula dessas acabou de descer por sua garganta. Garanto que vai ser um ótimo dopping para que vocês façam o que tiver de fazer.