Vou
fazer uma viagem
Vou
carregar na minha bagagem
Páginas
em branco e canetas coloridas
Vou
documentar a tudo que assisto
Vou
levar também um par de virgens
Pra me divertir
nas noites de luar
Algumas
garrafas de vodca também vão
E não vão
deixar a sanidade me embriagar
Vou
carregar cartas do passado
Assim
vou ter lembranças de onde parti
Chorar
as mágoas que me fazem rir
Os
livros me alcançam na estrada
Eles
querem animar minha jornada
Também
trago charutos importados
Que
distração os amargos tragos
Não vou
esquecer das fotos-família
Dos
entes que à distância amamos
E as
fotos das antigas folias
Dos
amores que desperdiçamos
Não pode
faltar um par de botas
Casulo
dos meus pés cansados
E um bom
perfume, pois na penumbra
Vespa
reluz que nem vagalume
Ainda
deu tempo de pegar o sal
Vou
temperar a comida
Mas de
comida posso chamar muito mal
O tal de
miojo que afivelo na mala
O troço
fica em cima de uma cueca furada
E uma
meia meio usada, esfarrapada
Agora,
não levo, não levo mesmo
Celular,
bateria ou notebook
Não
quero amolação nem cutuque
Quero me
perder e não ser achado
Achar um
tesouro ou um navio
Ser
pirata, louco vadio
Caçar
aventuras, pilhar agruras
E tomar
nos braços aquela beleza
Rica,
noviça, movediça
Que me
arranca o miocárdio
Com
lábios de leoa
E
predicada curvatura
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