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terça-feira, 26 de março de 2013

Viajante



Vou fazer uma viagem
Vou carregar na minha bagagem
Páginas em branco e canetas coloridas
Vou documentar a tudo que assisto
Vou levar também um par de virgens
Pra me divertir nas noites de luar
Algumas garrafas de vodca também vão
E não vão deixar a sanidade me embriagar
Vou carregar cartas do passado
Assim vou ter lembranças de onde parti
Chorar as mágoas que me fazem rir
Os livros me alcançam na estrada
Eles querem animar minha jornada
Também trago charutos importados
Que distração os amargos tragos
Não vou esquecer das fotos-família
Dos entes que à distância amamos
E as fotos das antigas folias
Dos amores que desperdiçamos
Não pode faltar um par de botas
Casulo dos meus pés cansados
E um bom perfume, pois na penumbra
Vespa reluz que nem vagalume
Ainda deu tempo de pegar o sal
Vou temperar a comida
Mas de comida posso chamar muito mal
O tal de miojo que afivelo na mala
O troço fica em cima de uma cueca furada
E uma meia meio usada, esfarrapada
Agora, não levo, não levo mesmo
Celular, bateria ou notebook
Não quero amolação nem cutuque
Quero me perder e não ser achado
Achar um tesouro ou um navio
Ser pirata, louco vadio
Caçar aventuras, pilhar agruras
E tomar nos braços aquela beleza
Rica, noviça, movediça
Que me arranca o miocárdio
Com lábios de leoa
E predicada curvatura

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