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quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Margem do invisível



Somos artistas, somos poetas, somos déspotas de nossas próprias tiranias. Com letras e cores, com números e formas, com nudezas conservadoras, vamos abrindo portas e deixando marcas. Respiramos pelos poros da sensibilidade e da provocação pueril. Tudo nos fere, mas também tudo nos transforma. Somos filhos de horizontes expandidos e de sítios descortinados. Tudo que nos dizem, escutamos de outra forma; tudo que contamos, é escutado como aurora. Somos catalisadores do sintetismo, somos criadores do anarquismo. Somos profetas do infinito e negadores do apocalipse. Nada do que vemos faz sentido, tudo que enxergamos é ambíguo. Viver de arte e viver a arte dá nisso. Metamorfoseia aquilo que julgávamos ser e nos põe em condição de novo ser. Um ser tão louco e imprevisível quanto aquilo que condenávamos quando ainda éramos linhas de uma margem do invisível.

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