Somos artistas, somos
poetas, somos déspotas de nossas próprias tiranias. Com letras e cores, com
números e formas, com nudezas conservadoras, vamos abrindo portas e deixando
marcas. Respiramos pelos poros da sensibilidade e da provocação pueril. Tudo
nos fere, mas também tudo nos transforma. Somos filhos de horizontes expandidos
e de sítios descortinados. Tudo que nos dizem, escutamos de outra forma; tudo
que contamos, é escutado como aurora. Somos catalisadores do sintetismo, somos
criadores do anarquismo. Somos profetas do infinito e negadores do apocalipse.
Nada do que vemos faz sentido, tudo que enxergamos é ambíguo. Viver de arte e
viver a arte dá nisso. Metamorfoseia aquilo que julgávamos ser e nos põe em condição
de novo ser. Um ser tão louco e imprevisível quanto aquilo que condenávamos
quando ainda éramos linhas de uma margem do invisível.
Nenhum comentário:
Postar um comentário