Quando não havia nada, veio você. Quando achei que tinha tudo, você se
foi. Entre perdas e ganhos, entre acertos e erros, vejo que a vida não é
escrita a grafite, mas a tinta. Podemos até vacilar, trocar os pés pelas mãos;
então, quando isso acontece, amargamente descobrimos que não vale a pena sair da
linha, quando o objetivo é justamente nos manter nela. Podemos até enganar a
linha ou quem a observa, simulando que estivemos ali, retilíneos, o tempo todo.
Mas é possível enganarmos a nós mesmos, fingindo ser quem não somos e fingindo
fazer algo que está bem distante da realidade? Aí vem a verdade e nos bate com
a porta na cara, de uma vez só. O inchaço e o dolorido nada mais são do que
lembretes de que tudo o que presta merece esforço e sacrifício. Quem prefere as
linhas tortas sempre está desiludido, sem saber por onde anda e ignorando aonde
quer chegar. As linhas tortas, enfim, só são um disfarce para quem adia tanto o
momento de crescer e se realizar. Aí, quando a ficha cai e a conta chega, não
teremos a menor garantia de que a linha certa ainda estará ali à nossa espera.
Então, por que enrolar? É para já andar o caminho justo para chegar mais longe
e com quem amamos ao nosso lado. É o único jeito, ou então tudo será
descaminho, tudo será tempo perdido.
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