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segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

A linha certa



Quando não havia nada, veio você. Quando achei que tinha tudo, você se foi. Entre perdas e ganhos, entre acertos e erros, vejo que a vida não é escrita a grafite, mas a tinta. Podemos até vacilar, trocar os pés pelas mãos; então, quando isso acontece, amargamente descobrimos que não vale a pena sair da linha, quando o objetivo é justamente nos manter nela. Podemos até enganar a linha ou quem a observa, simulando que estivemos ali, retilíneos, o tempo todo. Mas é possível enganarmos a nós mesmos, fingindo ser quem não somos e fingindo fazer algo que está bem distante da realidade? Aí vem a verdade e nos bate com a porta na cara, de uma vez só. O inchaço e o dolorido nada mais são do que lembretes de que tudo o que presta merece esforço e sacrifício. Quem prefere as linhas tortas sempre está desiludido, sem saber por onde anda e ignorando aonde quer chegar. As linhas tortas, enfim, só são um disfarce para quem adia tanto o momento de crescer e se realizar. Aí, quando a ficha cai e a conta chega, não teremos a menor garantia de que a linha certa ainda estará ali à nossa espera. Então, por que enrolar? É para já andar o caminho justo para chegar mais longe e com quem amamos ao nosso lado. É o único jeito, ou então tudo será descaminho, tudo será tempo perdido.

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