Esse fogo que me queima,
essa paixão que me transborda
Com seus beijos, me aceso
e me aqueço
O frio da indiferença se
afasta como fantasma assustado
E a luz de sua presença
me alcança e me acalenta
Fazendo de mim mais
feliz, fazendo de mim quem eu quis
E com seu corpo em meus
laços, vivemos longa e intensa abrasão
Na manhã seguinte, me
vejo solitário e desvalido
Interrogações e dúvidas
me tomam os horizontes
Não sei mais se foi
quimera, devaneio, ilusório amor
Ou se de fato a tive em
meu peito, intercalando uivos e afetos
Diante de tal distúrbio,
me refaço e me levanto
E assim repito todo o
ritual do dia anterior
Na vã e tola esperança
desesperançada
De tê-la de novo junto a
mim por mais uma noite
Ainda que seja em sonho,
ainda que seja em carbono
Pouco me importa a
natureza de sua matéria
Apenas me basta que seja
você, novamente, por entre meus braços
E assim nos deliciamos em
uma madrugada que pode ser a derradeira
Ou quem sabe, num sopro
de otimismo, de tantas a primeira
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