Bola na área sem ninguém pra cabecear
Bola na rede pra fazer o gol
Quem não sonhou em ser um jogador de futebol?..."
Samuel Rosa e Nando Reis
A última noite foi como a última jogada. Eu
olhei fixamente a bola e chutei a gol. Provocativa, ela passou a milímetros da
luva defensora, beijou uma das traves e rolou macia sobre a linha. Depois,
tocou a outra trave e rodopiou moleca, passando apenas uma porção de si pelo
limite da meta adversária. Não demorou para que uma chuteira furiosa a
arrancasse dali a pontapés eivados de um descarrego colérico. Não havia mais
tempo para nada. O juiz apitou, o jogo acabou, a música cessou e você foi
embora carregando os saltos nas pontas dos dedos da mão esquerda, sem me beijar
ou dizer adeus.
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