Sufocante sinceridade
narcisista
Estampada nas fotos de um
vício
Na estradas das redes
antissociais e patológicas
Vamos vomitando vazio, vamos
desenhando discos
Que nunca serão escutados de
maneira ativa
Que nunca serão lembrados de
maneira reflexiva
Estamos flertando com o
caos, com o desnível
Mal percebendo que de post
em post
Estamos nos transformando em
aparência
Sendo seduzidos pelas lentes
e não pelo espírito
E assim, nessa vida de ócios
oscilantes
Desimportamos que uma hora
chega o grito
Seja em forma de depressão devastadora
Ou de um estouro que prediz
o advindo tiro
E as tragédias que se somam
e se sucedem
A poucos comovem e a
pouquíssimos interessam
E, no final, sobram só as
lágrimas temperadas
De quem pouco caso fez pelas
perdas
E agora pranteia por que
enfrenta a própria cruz
Sem o alívio imediato de uma
esperançosa luz
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