Não. Você não está
perdida. Talvez esteja apenas momentaneamente desiludida. Mas isso passa, assim
como toda tragédia e toda farsa. O panorama nebuloso cessará da vista serrana
assim que você se puser de pé à terra plana. Ou seja, quando você sacudir a
poeira e arregaçar as mangas da existência pós-real. Pois o que lhe deve o
caminho do sucesso é o pós-real e não o presente factual com suas tantas falhas
e incongruências. É ali na frente, no vislumbre de uma manhã ensolarada, que
estarão as soluções contornando todo esse nada. E nada a ver mesmo esse momento
atual de desilusões e desesperos, de abismos e sobrepesos. O seu melhor momento
está ali, mas você precisa enxergar e apanhar. Ele está à sua espera, mas ele
não pode te alcançar unilateralmente. É preciso que você se enfrente e limpe
sua mente de tudo que não agrega. E com a bagagem leve e a coluna firme, você
reencontrará seu oásis. Sim, aquele que esteve sempre ali, bem pertinho. Onde
você depositou seus sonhos, onde você plantou seus amores e onde você descobriu
suas paixões. É o cantinho da felicidade, para onde você costumava se refugiar
diante da escuridão do luto e do pessimismo. Mas nada deve lhe tirar do rosto o
sorriso. Você só precisa reaprender a caminhar, a jogar fora as rodinhas da
bicicleta com qual a vida lhe equipou. É no que você tanto deseja que ressona o
que lhe salva. Então se salve, agarre a tábua e saia desse pantanal. As suas
realizações ainda são possíveis, ainda são construíveis. Mas você tem de
resgatar aquela confiança, aqueles sentimentos seguros e sóbrios que a
acompanharam por toda a infância. Você cresceu, mas seus ideais não morreram.
Eles continuam lá. Não importa no que você acredita, mas é importante acreditar,
ter convicção e renascer pelo que move seus sentimentos. A vida é feita por
quem abraça a causa e se apega ao futuro. Derrotistas e capachos são apenas
exceções justificando a própria regra, que é ser feliz e crer no melhor sempre.
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