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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Arrependida


“Quem sabe eu ainda
Sou uma garotinha
Esperando o ônibus
Da escola, sozinha
Cansada com minhas
Meias três quartos
Rezando baixo
Pelos cantos
Por ser uma menina má...”

Composição: Cazuza / Roberto Frejat

Você não é mais garotinha. Você sabe bem disso. O ônibus da escola não passa mais e as meias três quartos nem lhe cabem agora. Você ainda reza pelos cantos, mas nem é mais por ser uma menina má. Você é, no máximo, uma mulher arrependida. Uma mulher que perdeu o próprio tempo e o de outras pessoas, fingindo ser o que não era, fazendo para os outros aquilo que não queria. Você foi mais uma menina tola do que má. E suas rezas, de que adiantaram, se suas atitudes não mudaram, se você não o fez com vontade, apenas por obrigação daquilo que ensinaram? Até para ser má é preciso personalidade, é preciso fazer o que se quer. Quer saber? Você foi a boazinha, não passou de uma rebelde de causa comprada. O príncipe não virou um chato, você é que não escolheu aquele a quem queria de verdade. Mas ainda dá para ser diferente, basta fazer por onde, ter coragem. A malandragem não virá de graça, você terá que ir buscá-la. Então, vá. Pegue as chaves do carro, vista o seu espartilho e tome um pileque. Se for mesmo isso que você quer, é lá que estará lhe esperando seu sapo apaixonado.

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