Estou perdido entre dois mundos
De um lado, o faz-de-conta, a fantasia
De outro, a dureza, o concreto, a realidade
Estes dois mundos são duas casas
Quando canso de uma, me refugio na outra
Quando me frustro, mudo logo as paredes, as cortinas
E assim vivo, existo, me habito
Como um exilado de si mesmo
Como náufrago por opção, que vive ali, só
Na ilha deserta, à deriva, à espera
Mas sabendo que logo ali tem um barquinho
E que pode voltar à civilização quando bem entender
Sou assim, eu e meus dois mundos
Vivendo essa orgia, essa poligamia
Sem medo de me prender a tabus
Sem medo de estar certo ou errado
Carregando no peito,
Às vezes aberto, às vezes fechado
Única e unívoca certeza
Ser feliz é o que o importa
O resto é outro mundo
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