Se eu fosse um Beatle, iria amar intensamente, iria amar a cada dia mulheres, homens, jovens, vividos, enfim, todos que pudessem escutar e dançar minha música, renovados e frescos amores. Eu iria voar pelos palcos, semear paixões, despertar a melodia que habita cada coração amargurado. Se eu fosse um Beatle, beberia ainda mais, farrearia, teria muitos amigos e menos juízo. Ah, se eu fosse um Beatle, não teria muito tempo para família e coisas corriqueiras da vida, tudo seria tão importante e emergente que nada mais faria além de tocar para o mundo e fazer dinheiro. Dinheiro esse que certamente eu queimaria com garotas, rapazes, drogas, luxos, sussurros e vazios. Sendo um Beatle, não veria meus filhos crescerem, perderia as primeiras palavras, os primeiros passos, o primeiro nado, o primeiro tombo de bicicleta. Se um Beatle fosse eu, quem seria a minha pessoa? Quem amaria por mim, quem escreveria minhas letras e viveria minha história? John, Paul, George ou Ringo? Pensando bem, não queria ser um Beatle, prefiro assim: eles lá a cantar e eu aqui a aplaudir. E assim é, simples, basta que eu seja o meu melhor, esse é o caminho para cada um de nós ser o seu próprio Beatle.
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