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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Ser mulher


Beijos e abraços fazem mais sentido em pé ou na horizontal? Por que nunca nos falaram que amar vai além do ato, das falsas promessas e da amizade colorida? Confesso, não sou bom com as coisas do amor. Tenho um olhar de cão para os sentimentos, não enxergo assim tantos tons, já as mulheres, elas sim enxergam tudo, enxergam as tantas cores e as tantas nuances, todos os tons e suas matizes. Só mesmo as mulheres para enxergarem cinquenta tons no cinza, enxergarem gradações na mistura do preto com o branco (carbono, grafite, prata, chumbo, cinza-metálico...); para mim e para a maioria dos homens, cinza é cinza e pronto. Como podemos ser tão estúpidos, retilíneos, previsíveis? Sei que somos mais felizes por sermos mais ignorantes, por sermos menos inteligentes emocionalmente falando. Mas isso, no fundo, me incomoda. Sou homem, seu disso, gosto de mulheres com roupas curtas, de cerveja gelada, carros possantes e futebol. Mas é só isso? Não posso mais me aperfeiçoar, aprender a ser menos raso? Às vezes, sinto que se uma mosca se jogasse em mim, ela nem se afogaria, pois tenho a profundidade de um pires. Mulheres choram e não entendo. Mulheres querem algo sem dizer e sofremos junto com elas por não descobrir o quê. Elas querem um abraço sem pedir, um telefonema inesperado, uma palavra de apoio, mesmo quando parecem sólidas e implacáveis. Quero esse poder telepático delas, esse poder que as fazem nos entender tão bem e sofrer tanto com nossa incompreensão. Enfim, quero aflorar esse meu lado feminino, chafurdar nas águas do que vai além do lógico e óbvio. Enfim, quero aprender a ser mulher para me tornar um homem melhor.

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