Total de visualizações de página

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Saudade...


Saudade, é dar algo a mais, é deixar um sorriso para trás, é dizer algo que faz alegria, é ir além da pura melancolia, ah, saudade, sem forma, cor ou cheiro, mas em nós traz uma sensação de vazio que só a presença requerida torna tudo de novo um recheio, receio?, tenho não, tenho apenas essa larga impressão de que algo nos falta, nos salta aos aos olhos mesmo sem estar ali, ali onde? ali quem? ali mesmo, num cantinho do coração, aquele pedacinho que ficou de quem tanto nos marcou pelas dores, amores, sabores e frescores; ao final de tudo, talvez não haja algo a dizer, tudo a ser dito se tornaria repetitivo, monótono, redundante, mas que porra é essa? que medo é esse de dizer em voz alta a falta que faz uma pessoa? que medo esse de perder o que não se tem, de se afastar daquilo que já está longe? saudade não é mesmo racional, talvez seja um diabinho a rir de nossos desencontros e desesperanças; mas temos fé, fé inabalável no que brotou ruidosamente em nossos peitos, naquilo que nasceu criança e se tornou gigante, tantas palavras e ainda assim a distância entre a seta e o alvo continua a mesma, continua absurda, abissal; que vontade de voar, remar, teletransportar pelo cosmo tempo-espaço, só pelo gosto saudoso de um abraço que a eternidade se encarregou de alojar na pedra bruta que nosso miocárdio representa... saudade, essa danada vaidade que refletimos no alheio, no que está ali entre o fim e o meio, entre o que nos significa e nos silencia, saudade dói, mas também nos cura porque dá um motivo simples para seguirmos em frente, apesar de toda treva ao derredor; obrigado, saudade, obrigado por ser assim: um tanto remédio e um tanto veneno; obrigado por nos fragilizar e por nos ensinar que ainda há algo de bom no coração de cada ser humano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário