Tempo há para tudo, até mesmo para a falta de tempo. Há o tempo de aprender, de ouvir, de arriscar. O tempo passa, mas nunca deixa de ser o tempo um peso a nosso favor. Pouco mais, ali na frente, chega o tempo da sabedoria, das decisões, das reflexões exaustivas antes de um passo frio e calculado. É esse o tempo em que paixão vira projeto e amor uma rotina. É o tempo da construção dos valores, da formação da família e do pragmatismo absoluto. O tempo passa, voa um pouco adiante, deixando suas marcas e seus escritos, nos transformando em heróis de nosso próprio desconhecido. Chega o novo tempo, o tempo em que há muito tempo e não mais tanto vigor. As dores físicas chegam, mas com ela chegam também a vontade de ensinar e compartilhar. Histórias são tantas e a saudade também vira uma peça a mais na estante de nosso próprio museu. Cada momento nesse tempo é especial e valorizado ao máximo. Nesse tempo, nos damos luxos e também apostamos mais, largamos a correia do arrependimento para dar um passo além, sem tanto medo, sem tanto aprisionamento. O tempo passa, o tempo chega e a verdade é uma só: esse tempo que vem, que vai, que carrega, sobrecarrega, que castiga e depois alivia, sempre terá sua vez e sempre teremos com ele muito mais a aprender do que a ensinar, pois, no fim de tudo, nada há mais do que o pleno e soberano tempo.
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