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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Coração de justiceiro


Sinto a luz brilhar
Tudo muito vago e distante
Nas mãos, tenho sangue
E no coração, o dever cumprido
Não lembro de muito
Houve um clarão e um blecaute
Depois o vi caído
E tudo em mim se acalmou
Foram anos a fio
Tecendo a vingança
Costurando a minha contradança
Há muito, ele me tirou alguém especial
Do dia para a noite, nem pude dar tchau
A Justiça nada fez, a Polícia se omitiu
Mas eu não, eu não podia
Perdi quem amava, quem me completava
Completei o vazio com ódio, com cólera
Hora e o dia chegariam
Eu sempre soube
Foi só esperar a poeira baixar
Ele deixou a guarda aberta, descuidou-se
Achou mesmo que eu ia esquecer?
Não passaria o último dia
Sem ver o sangue dele derramado
E as entranhas abertas como em guerra
Agora é o fim, podem me tirar tudo
Já tenho tudo do que precisava
A minha pressa esvaziou-se
Minhas veias relaxaram
Terei depois de anos uma noite de sono
Uma noite da qual não me interessa acordar
Não, não vou me matar
Se quiserem, que me matem
Eu vou continuar
Dia após dia
Fazendo Justiça, empilhando os impunes
Até as mãos de Deus ou do Diabo me levarem

Para onde eu tiver que ir

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